Nesta semana, o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, deve anunciar mais um aumento da Selic, a taxa básica de juros do país. A expectativa dos economistas é de um reajuste de 0,5 ponto percentual, levando a Selic para 14,75% ao ano — o maior nível desde 2006.
Entre os analistas consultados, quase todos acreditam nesse aumento. Alguns ainda apontam a possibilidade de um novo reajuste em junho, mas há quem aposte que a alta desta quarta-feira (7) será a última do ano.
Expectativas de inflação e cenário global influenciam a Selic
Um dos principais motivos para essa alta é o comportamento da inflação. O IPCA-15, que antecipa o índice oficial, registrou 5,49% nos últimos 12 meses, puxado pelos preços dos alimentos e dos gastos com saúde. Além disso, o cenário global também pesa na balança.
Nos Estados Unidos, por exemplo, o Federal Reserve (o banco central americano) deve manter os juros como estão, mesmo com a pressão política por uma redução. Enquanto isso, a guerra comercial promovida pelos EUA continua criando instabilidade, o que também afeta o Brasil.
O que esperar da Selic nos próximos meses?
Apesar da possível nova alta, alguns economistas acreditam que o Banco Central pode começar a reduzir os juros ainda em 2025. Segundo o boletim Focus, as projeções para o próximo ano já indicam uma Selic mais baixa, de 14,75%.
O ex-diretor do Banco Central, Alexandre Schwartsman, prevê que a taxa deve fechar o ciclo em 15% ao ano. Ele acredita que o Copom continuará adotando um tom cauteloso, sem se comprometer com mudanças mais drásticas por enquanto.
E como a Selic mexe com o nosso bolso?
A alta da taxa básica de juros afeta diretamente o dia a dia das famílias brasileiras. Quando os juros sobem, o crédito fica mais caro — isso vale para empréstimos, financiamentos e até para o cartão de crédito. Por outro lado, quem investe em renda fixa, como o Tesouro Direto, pode ganhar um pouco mais.
Mas vale lembrar: a inflação ainda está longe da meta e o cenário é incerto. Por isso, é importante acompanhar essas mudanças com atenção e, se possível, buscar alternativas para proteger o seu dinheiro.
Juros altos, mas com sinal de mudança no horizonte
Economistas como Marco Antonio Caruso e Tatiana Pinheiro também apontam que, mesmo com os juros em alta, o Banco Central já dá sinais de que o ciclo pode estar chegando ao fim. A expectativa agora é por ajustes menores nos próximos meses e, quem sabe, cortes a partir de dezembro.
Para isso, será preciso acompanhar de perto três fatores: a inflação, o câmbio e a responsabilidade fiscal do governo. Se tudo caminhar bem, a taxa Selic poderá começar a cair, abrindo espaço para juros mais baixos no ano que vem.
Resumo: A Selic deve subir para 14,75%, o maior valor em quase 20 anos. A inflação alta e o cenário global explicam o aperto nos juros. Embora ainda haja incertezas, economistas acreditam que o ciclo de alta está perto do fim e cortes podem ocorrer até dezembro.
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