Embora pareça simples, contratar um seguro de carro exige atenção. Hoje, apenas 30% da frota brasileira está protegida por alguma apólice, segundo estimativas do setor. Um dos motivos é que muitos consumidores encontram dificuldades para comparar as ofertas, entender os termos técnicos e saber o que realmente está incluso no contrato. Por isso, antes de fechar negócio, é fundamental ler com calma cada item e tirar dúvidas com um especialista.
De acordo com Igor Mascarenhas, CEO da Píer Seguradora, um dos principais desafios está na hora de fazer a cotação. “Muita gente não entende o que significa a franquia ou como funcionam coberturas como a RCF, que é a responsabilidade civil facultativa”, explica o executivo ao InfoMoney. Isso pode levar à escolha de um plano que não se encaixa nas necessidades reais do motorista.
Você pode contratar coberturas separadas no seguro automotivo
Um dos mitos mais comuns sobre seguro automotivo é acreditar que ele só funciona no modelo “completo”, que cobre tudo, de roubo a alagamento. Mas não é bem assim. Hoje, o consumidor pode montar um plano personalizado, contratando apenas o que faz sentido para a sua rotina — como uma cobertura contra roubo e furto, por exemplo.
Essa alternativa pode ser especialmente útil para quem tem carros mais antigos e acha que não compensa contratar um seguro. “O risco continua existindo, inclusive o de causar danos a terceiros. E, nesses casos, os prejuízos podem ser bem altos”, lembra Mascarenhas. Portanto, vale a pena pensar em uma cobertura mais enxuta, porém eficiente, para evitar dores de cabeça no futuro.
Perfil do condutor influencia o preço do seguro de carro
O valor do seguro de carro não é tabelado: ele muda conforme o perfil de quem dirige. Informações como idade, local de residência, frequência de uso e até o trajeto feito diariamente impactam diretamente no preço da apólice. Por isso, ao fazer a cotação, é essencial preencher todos os dados corretamente — inclusive quem mais utiliza o veículo.
A boa notícia é que as seguradoras estão cada vez mais modernas. Com ajuda da inteligência artificial e da análise de dados, conseguem calcular com mais precisão o risco de cada cliente. “Quanto menor o risco, menor será o valor a ser pago. E isso é bom para todo mundo”, explica o CEO da Píer.
Seguro básico também pode incluir assistência importante
Muitas pessoas pensam que planos mais simples não oferecem vantagens. Mas incluir assistências adicionais no seguro automotivo, como cobertura de vidros e serviço de guincho, pode fazer toda a diferença. “Mesmo quem opta por um seguro básico precisa pensar no guincho, já que sua utilização é muito comum”, orienta Mascarenhas.
Além disso, é importante ficar atento a possíveis fraudes no setor. Um golpe frequente, segundo o executivo, é a inversão de responsabilidade em acidentes — quando a culpa do sinistro é atribuída injustamente a quem tem seguro, o que aumenta os custos para todos. Portanto, honestidade e clareza nas informações são essenciais na hora de contratar e utilizar o serviço.
Como vimos, entender bem o funcionamento do seguro automotivo ajuda a fazer uma escolha mais consciente e econômica. Avaliar o tipo de cobertura, considerar o perfil do motorista e incluir assistências úteis são passos que garantem mais segurança e tranquilidade no dia a dia. E, claro, consultar um especialista antes de assinar o contrato pode evitar surpresas desagradáveis.
Resumo: Contratar um seguro automotivo exige atenção aos detalhes. Avaliar o tipo de cobertura, comparar propostas e entender o seu perfil como condutor são passos essenciais para garantir proteção sem pesar no bolso. Se tiver dúvidas, vale consultar um especialista de confiança e evitar decisões por impulso.
Leia também:
Como se proteger dos golpes online mais comuns no Brasil