O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, declarou que o Brasil está se aproximando do pleno emprego. Segundo ele, a taxa de desocupação, que chegou a 6,1% em novembro, permanece em níveis baixos e estáveis, o que demonstra uma economia aquecida e em movimento.
Essa fala foi feita durante uma audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, onde o presidente comentou o bom desempenho do Produto Interno Bruto (PIB), impulsionado principalmente pela produtividade no campo e pelo avanço do mercado de trabalho.
Mas o que é pleno emprego, afinal? Esse termo não significa que absolutamente todas as pessoas estão trabalhando. Na prática, ele representa um cenário em que a maior parte da população economicamente ativa está empregada, e a taxa de desemprego fica em níveis tão baixos que já não é considerada um problema estrutural. Ou seja: há vagas disponíveis, e quem busca uma oportunidade com dedicação tem boas chances de encontrar.
Dinamismo da economia aquece o mercado, mas exige atenção do Banco Central
Apesar de tantos números positivos, Galípolo explicou que o papel do Banco Central é justamente conter exageros quando a economia fica muito aquecida. Isso acontece porque, quando há excesso de consumo e crédito, a inflação pode sair do controle. Por esse motivo, a autoridade monetária elevou a taxa Selic para 14,25% ao ano, o maior índice desde 2016. Além disso, há previsão de novos aumentos nas próximas reuniões do Copom, que agora tem maioria dos membros indicados pelo presidente Lula.
Galípolo afirmou que o crédito bancário já corresponde a quase 55% do PIB, o que reforça o cenário de aquecimento. Para evitar que isso se transforme em um problema inflacionário, o Banco Central precisa agir de forma anticíclica, ou seja, freando o ritmo quando ele acelera demais.
Pleno emprego favorece o trabalhador, mas inflação segue no radar
Com o país se aproximando do pleno emprego, o mercado de trabalho tende a oferecer mais oportunidades, especialmente para quem estava fora há algum tempo. Além disso, salários melhores e maior estabilidade passam a fazer parte do cenário. Ainda assim, é importante lembrar que inflação alta pode corroer esse ganho. Por isso, o controle dos preços continua no centro das atenções.
No cenário internacional, a política econômica dos Estados Unidos, especialmente em relação ao governo de Donald Trump, também afeta o Brasil. As tensões comerciais e a valorização do dólar pressionam os preços aqui. Por isso, acompanhar como o Banco Central conduz a política monetária é fundamental — afinal, suas decisões impactam diretamente nosso bolso.
Leia também:
Por que idosos caem mais em golpes digitais? Veja como se proteger