O ano de 2024 terminou com inflação em alta, marcando 4,83% no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), acima do teto da meta de 4,5% estipulada pelo Banco Central. Dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que esse resultado foi impulsionado por itens como café, cigarro e gasolina, além de serviços essenciais, como planos de saúde.
O aumento foi sentido principalmente no grupo Alimentação e Bebidas, que acumulou alta de 7,69% no ano, influenciado pelas condições climáticas adversas e pela elevada demanda global. Também se destacaram os reajustes em combustíveis, serviços de saúde e educação, criando um impacto significativo no bolso dos brasileiros.
Os vilões da inflação em 2024
O café foi o campeão no aumento de preços, com uma alta expressiva de 39,60% devido a problemas climáticos que reduziram a oferta global. Seguindo o café, alimentos como leite longa vida (18,83%) e contrafilé (20,06%) tiveram reajustes significativos, também puxados por variações sazonais e climáticas.
Outro fator de destaque foi o reajuste no preço dos combustíveis. A gasolina, embora com uma variação inferior a outros itens, impactou fortemente o índice com sua alta de 9,71%. O etanol, alternativa popular, também subiu 17,58% no ano, pressionando o transporte e os custos logísticos.
Nos serviços, o reajuste de planos de saúde, de 7,87%, pesou nos orçamentos familiares, assim como a elevação de mensalidades escolares (8,86%). Esses aumentos reforçam a tendência de maior peso nos gastos com saúde e educação no IPCA.
Itens que aliviaram o impacto da inflação em alta
Apesar de muitos produtos em alta, alguns itens ajudaram a conter o avanço da inflação. Preços como os da cebola (-35,31%) e do tomate (-25,86%) registraram quedas acentuadas devido à sazonalidade agrícola. Serviços como passagens aéreas (-12,20%) e pacotes turísticos (-3,84%) também ficaram mais acessíveis em 2024.
Essa compensação foi fundamental para evitar que o IPCA subisse ainda mais, mas não foi suficiente para manter a inflação dentro da meta estabelecida.
Inflação em alta varia por regiões do Brasil
A inflação apresentou disparidades regionais em 2024. São Luís liderou o ranking com alta de 6,51%, impulsionada pelos aumentos da gasolina (14,24%) e das carnes (16,01%). Já na região metropolitana de São Paulo, responsável por quase um terço do IPCA nacional, a inflação foi de 5,01%.
Belo Horizonte (5,96%) e Goiânia (5,56%) também tiveram desempenhos acima da média nacional, enquanto o Rio de Janeiro registrou um índice ligeiramente menor, de 4,69%. Essas variações regionais refletem diferenças nos hábitos de consumo e nos mercados locais.
O que esperar para o futuro?
Com o resultado de 2024, especialistas apontam para a importância de ajustes na política monetária. O Banco Central pode optar por novas medidas para controlar a inflação em alta, como ajustes nas taxas de juros para desacelerar o consumo.
Além disso, fatores externos, como as condições climáticas e os preços das commodities no mercado internacional, continuam a ser determinantes para o desempenho inflacionário. Os consumidores devem continuar atentos às tendências e buscar alternativas para economizar diante do cenário de alta persistente dos preços.
A inflação em alta em 2024 reforça a importância de uma análise cuidadosa sobre os principais fatores que afetam o custo de vida no Brasil. Produtos básicos, combustíveis e serviços essenciais como saúde continuam pressionando o orçamento dos brasileiros, enquanto itens mais pontuais trazem algum alívio.
Para 2025, o desafio será estabilizar os preços em meio a uma conjuntura de demandas variadas e imprevisibilidades econômicas, com o consumidor buscando formas criativas de adequar o orçamento.
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