“Perdi o emprego e estamos muito endividados. Penhorar uma joia da família é um empréstimo viável?”
P. O., por e-mail
A penhora como forma de empréstimo pode ser uma boa ideia, mas antes de decidir você deve conhecer bem os detalhes desse tipo de financiamento. Funciona assim: você deixa a joia como garantia e recebe uma porcentagem do valor dela em dinheiro. Além de joias, também podem ser penhorados relógios, canetas, utensílios de prata… A avaliação do valor é feita pelo penhor de acordo com o peso do metal precioso. Isto é, a forma de avaliação é bem objetiva – mesmo que o objeto tenha inestimável valor sentimental, o valor monetário dele é o que conta. O contrato pode ser feito de duas formas: em pagamento único, com vencimento em até 180 dias, ou em várias parcelas, em até 60 meses. Dentre as principais vantagens do penhor está a falta de burocracia, já que a avaliação e a liberação do dinheiro são feitas na hora. Além disso, não há análise cadastral, ou seja, o valor pode ser liberado até para negativados. As taxas de juros também são boas – cerca de 2% ao mês, abaixo inclusive das taxas cobradas no empréstimo consignado. O cliente tem todas essas facilidades, pois precisa deixar o bem no penhor como forma de garantia. Mas se não fizer os pagamentos em dia, o bem será leiloado e você perde o direito de ir buscá-lo. Isso que dizer que o penhor só é negócio se você estiver certa de que o pagamento será feito. Além disso, procure um penhor de confiança, como a Caixa Econômica Federal, para ter certeza de que o seu bem estará guardado de maneira segura.
Como é definida a taxa de juros?
Elas são cobradas por bancos e financeiras, e tem como um dos componentes mais importantes o risco de inadimplência. Por
isso é que empréstimos com garantias – como o imobiliário e o penhor – têm taxas mais baixas. Por outro lado, recursos tomados
sem qualquer tipo de garantia ou por pessoas com histórico ruim costumam ter juros mais altos.
E se eu não tiver nada para penhorar?
Se você não tiver um bem que possa ser oferecido ao penhor e não houver chance de ajustar o orçamento, as dívidas podem ser
pagas com um novo empréstimo consignado ou pessoal, que têm juros mais baixos. Mas fica um alerta: jamais recorra a empréstimos para negativados – os juros são tão altos que farão com que você se afunde ainda mais
Marcela Kawauti é formada em economia pela USP e tem mestrado da FGV. Com mais de dez anos de experiência, é economista-chefe do SPC Brasil e colaboradora do portal de Educação Financeira Meu Bolso Feliz.