A partir da próxima segunda-feira, 6 de janeiro, a passagem de ônibus em SP sofrerá um aumento significativo, passando de R$ 4,40 para R$ 5. O reajuste, que representa 13,6%, foi alvo de polêmicas e ações judiciais, mas acabou sendo mantido pelo Tribunal de Justiça de São Paulo. Segundo a prefeitura, a tarifa estava congelada desde 2020, e o aumento busca equilibrar o custo crescente do sistema municipal de transporte.
Com a decisão, os usuários devem se adaptar ao novo valor. Ainda assim, as gratuidades existentes serão mantidas, assim como a integração entre até quatro ônibus dentro do período de três horas. Mas quais fatores justificam esse reajuste, e o que a população tem a dizer sobre ele?
Entenda o reajuste da passagem de ônibus em SP após quatro anos
O aumento na passagem de ônibus em SP ocorre após quatro anos sem reajustes, período em que a inflação acumulada foi de cerca de 32%, segundo o IPCA. Desde 2020, a tarifa seguia em R$ 4,40, mesmo enquanto os custos operacionais do sistema de transporte aumentavam significativamente.
Entre os principais fatores para o novo valor, a prefeitura apontou o impacto do preço do diesel, os reajustes salariais dos funcionários do setor e a alta do dólar. Além disso, manter a tarifa congelada comprometeria ainda mais as contas públicas: o subsídio municipal para o transporte já atingiu R$ 6,7 bilhões em 2024.
Embora a prefeitura tenha avaliado outros cenários, como um aumento para R$ 5,20, optou por limitar o valor a R$ 5,00, mantendo algum nível de ajuste sem impactar ainda mais a população.
A controvérsia e os debates sobre qualidade do transporte
A decisão de reajustar a tarifa foi alvo de críticas tanto de parlamentares quanto de representantes da sociedade civil, que participaram da reunião do Conselho Municipal de Trânsito e Transporte (CMTT). Entre os questionamentos, destacou-se a falta de melhorias proporcionais na qualidade do transporte público, como o aumento da frota, a eficiência do serviço e problemas no sistema do bilhete único, que está sob investigação do Ministério Público por possíveis fraudes.
A tentativa de barrar o reajuste por meio de uma ação popular foi frustrada quando o juiz plantonista negou a suspensão do aumento. No entanto, ele destacou que a discussão deve ser retomada após o recesso do Judiciário, possibilitando novos debates sobre o tema.
Impactos para os usuários
O novo valor terá implicações diretas para o orçamento dos cidadãos que dependem do transporte público em São Paulo. Para quem utiliza o sistema regularmente, o gasto mensal com transporte será consideravelmente maior. Por outro lado, a manutenção das gratuidades e da integração deve aliviar um pouco o impacto para uma parcela dos usuários.
Ainda assim, cresce a insatisfação entre os passageiros que não veem uma melhoria proporcional no serviço ofertado. Reclamações sobre ônibus lotados, atrasos e a manutenção da frota se mantêm no centro das críticas ao sistema público de transporte da capital.
O aumento da passagem de ônibus em SP para R$ 5,00 é justificável em termos econômicos, dado o congelamento da tarifa nos últimos anos e o crescimento das despesas operacionais. Entretanto, as críticas sobre a qualidade do serviço e a falta de transparência nas decisões do setor não podem ser ignoradas.
Com a nova tarifa em vigor a partir da próxima segunda-feira, o tema promete continuar sendo discutido, especialmente em um ano pré-eleitoral, onde a pressão sobre os gestores públicos tende a crescer.
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