Os food trucks, aqueles trailers que vendem comida na rua, chegaram ao Brasil ano passado e viraram febre em muitas capitais. Agora a nova tendência são as food bikes, bicicletas equipadas para vender guloseimas e bebidas de todo tipo. Assim como os trailers, elas ficam estacionadas em locais onde há grande movimento ou em eventos de gastronomia, com a vantagem de exigirem um investimento bem menor (um food truck básico custa, em média, R$ 15 mil; a adaptação de uma food bike básica sai por volta de R$ 1.500).
Algumas bikes são equipadas com uma espécie de balcão na parte de trás, por isso requerem uma caminhonete para serem transportadas até o local onde ficarão paradas para as vendas. As menores são mais fáceis de levar pra lá e pra cá. “Além de atuar em feiras gastronômicas, é possível levar seus quitutes a inaugurações, aniversários e até casamentos, fechando contrato com os donos da festa”, orienta Karyna Muniz, consultora do Sebrae-SP. Confira a seguir dicas quentíssimas para se dar bem neste negócio.
O que você deve saber antes de começar
- As bikes são canais de venda, não de produção. Ou seja, as guloseimas que você preparar devem ser levadas já prontas para a bicicleta.
- Considere ter um local físico para o preparo dos quitutes: pode ser a cozinha da sua casa ou uma cozinha industrial nos fundos dela.
- As bikes têm um limite de capacidade. Planeje como será a reposição dos itens que forem acabando ao longo do dia.
- Você precisará de pelo menos mais uma pessoa para acompanhá-la nas vendas: quem manipula alimentos não pode mexer com dinheiro.
Doces (e lucrativas) pedaladas
De olho na oportunidade de aumentar sua renda vendendo gostosuras sobre duas rodas, há quatro meses a chef confeiteira Viviane Ávila, de Campinas (SP), investiu R$ 5 mil para comprar sua primeira food bike. Até então, a moça comercializava sua produção em casa mesmo. Logo começou a participar de eventos de comida de rua e, como o negócio deu certo, comprou a segunda bicicleta, mais compacta, mas repleta de acessórios charmosos (investiu R$ 1.500). “Antes, eu vendia 70 pedaços de cheesecake por mês. Com as bikes, vendo 140 fatias por final de semana”, conta. Viviane não revela valores, mas diz que seu faturamento aumentou 25%.
A consultora Karyna Muniz explica que quanto mais atrativa for a food bike, mais ela ganhará a simpatia do público. Por isso, vale a pena customizar a bicicleta: mande adesivar sua lojinha ambulante com seu logotipo (se não tiver um, trate de criá-lo) e invista em acessórios decorativos e funcionais, como cestas e bandejas. Hoje, há empresas especializadas em adaptar bicicletas para essa atividade. “Higiene e bom atendimento também são necessários para o negócio prosperar”, completa Karyna.
Mas antes de comprar sua bike, a consultora aconselha a pesquisar o mercado na sua cidade e no seu bairro, descobrir o que é vendido na região e, principalmente, saber se há regras municipais relacionadas à atividade. “As cidades de ão Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba já regulamentaram a venda de alimentos sobre rodas, nas demais é preciso se informar na prefeitura sobre as determinações para o comércio ambulante”, alerta a consultora. O próximo passo é abrir uma empresa como MEI (Microempreendedor Individual), que tem baixo valor de contribuição mensal e regulariza seu negócio.
Para sua food bike ser um sucesso
- Use luvas e touca para manipular os alimentos.
- Se possível, vista um uniforme ou então roupas brancas para mostrar limpeza.
- Atenda os clientes sempre com muita simpatia.
- Invista nas redes sociais, publicando continuamente seus produtos e informando o local onde você estará com sua bike.
- Tenha sempre uma cestinha com cartões personalizados do seu negócio, informando principalmente telefone e endereço nas redes sociais.
- Busque parcerias para levar sua bike a eventos, lojas, hotéis e locais de lazer e grande movimentação.
- Ofereça produtos de qualidade e que tenham um valor acessível para conquistar sua clientela. Como a venda geralmente acontece sem o conforto de um lugar fechado, o preço tem que ser menor.
- Planeje o reabastecimento ao longo do dia, principalmente em eventos. A falta de produtos pode deixar os clientes bem insatisfeitos.