“Meu marido brigou com o nosso gerente do banco e agora quer guardar o dinheiro em casa. É uma boa? Quais são as recomendações?”
P. F., por e-mail
Olá. Não é uma boa ideia ficar com o dinheiro em casa. Em primeiro lugar, há a questão da segurança. Você corre o risco de ser assaltado, de as suas economias serem levadas por alguém que teve acesso à sua residência e até de as cédulas serem destruídas por algum evento imprevisto ou fenômeno natural, como um incêndio ou uma enchente. Mas quando pensamos no ponto de vista econômico, as desvantagens
vão ainda mais além. Isso porque essa quantia que não está no banco não é sequer corrigida pela inflação. Vamos a um exemplo: imagine que você conseguiu juntar R$ 1 mil. Após um ano, suponha que a inflação foi de 10%, ou seja, os preços das coisas que você pode querer comprar subiram em média 10%. Assim, tudo o que você podia comprar por R$ 1 mil após um ano estará custando R$ 1,1 mil. Mas se o seu dinheiro tiver sido guardado em casa, não haverá nenhuma correção do poder de compra, você terá a mesma quantia e, na verdade, esses R$ 1 mil valerão menos do que um ano antes. Sendo assim, fica claro que é melhor não guardar seu dinheiro em casa. Fazer uma reserva financeira em um fundo de investimento ou na poupança ainda são opções bem melhores. O seu dinheiro rende não somente o suficiente para cobrir a inflação, mas também o chamado ganho real. Ou seja, você mantém o poder de compra e ainda tem um rendimento adicional. Mas o que fazer se você e o seu marido não estão satisfeitos com o gerente do banco? A primeira opção é tentar entrar em contato, explicar a situação e pedir que o responsável pela sua conta seja trocado. Caso isso não resolva, você pode tentar mudar para um banco que seja mais de seu agrado.
O banco ajuda a poupar
Com o histórico de transações, fica mais fácil fazer o controle dos seus gastos. Você pode também programar o valor destinado à reserva financeira para débito automático. Assim, o valor é destinado automaticamente à poupança, por exemplo. E não corre o risco de esquecer.
Devo confiar no gerente sempre?
Ele é o principal orientador financeiro. Afinal de contas, é ele quem conhece todos os produtos do banco e pode indicar qual o mais adequado.
Mas nem sempre devemos seguir a recomendação do gerente. Use os conselhos dele, pesquise e compare as informações antes de decidir o que fazer com sua grana.
Quando o seu dinheiro está em casa, você corre o risco de ser assaltado, de as economias serem levadas por alguém que teve acesso à sua residência e até ser destruído por algum evento imprevisto, como um incêndio ou uma enchente. Arriscado, hein?
MARCELA KAWAUTI é formada em economia pela USP e tem mestrado da FGV. Com mais de dez anos de experiência, é economista-chefe
do SPC Brasil e colaboradora do portal de Educação Financeira Meu Bolso Feliz.
Envie suas perguntas para Marcela Kawauti pelo e-mail [email protected]