A semana trouxe mais um anúncio que pesa no bolso: o governo federal decidiu aumentar o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) em diferentes categorias. A medida faz parte do esforço para fechar as contas públicas em 2025, já que os gastos públicos só aumentam, e garantir o cumprimento da chamada meta fiscal.
Segundo o Ministério da Fazenda, o objetivo é arrecadar R$ 20,5 bilhões a mais ainda este ano e R$ 41 bilhões em 2026. Para isso, o governo decidiu congelar R$ 31,3 bilhões do Orçamento e mexer no imposto cobrado sobre transações financeiras – o que, sim, pode afetar desde quem usa cartão internacional até empresas que buscam empréstimos.
Mas afinal, o que muda? E como isso chega até você? A gente te explica.
1. IOF sobre operações internacionais vai pesar mais
Quem costuma fazer compras em cartões de crédito internacionais ou enviar remessas de dinheiro ao exterior vai pagar mais imposto. Veja como fica:
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Cartão de crédito: de 3,38% para 3,50%
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Remessas ao exterior (compra de dólar, envio de dinheiro para contas no exterior ou ainda para cartões pré-pagos globais/para viagens): de 1,10% para 3,50%
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Investimentos internacionais: o imposto subiria de 0,38% para 3,50%, mas o governo voltou atrás e publicou uma correção às 23h30. Agora, o valor deve ser 1,1%, embora ainda haja dúvidas sobre esse valor, não confirmado oficialmente.
O que isso muda na prática?
Viagens para o exterior, compras internacionais e até pagar um curso fora do país podem ficar mais caros. E quem investe fora do Brasil também precisa ficar de olho.
2. Investimento em previdência privada também será taxado
O novo imposto atinge quem aplica mais de R$ 50 mil por mês em previdência privada (VGBL). A cobrança será de 5% sobre o valor investido.
Apesar de atingir principalmente grandes investidores, essa medida pode afetar também fundos e instituições que movimentam recursos para grupos de previdência – o que, no longo prazo, pode influenciar taxas e retornos para todos os investidores.
3. Crédito mais caro para empresas
As empresas que tomam empréstimos ou fazem financiamentos também vão pagar mais IOF:
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Empresas em geral (fora do Simples Nacional):
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0,95% na contratação + 0,0082% ao dia
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Empresas do Simples:
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0,38% na contratação + 0,00274% ao dia
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E qual o impacto disso para a população?
Com o crédito mais caro, as empresas podem ter mais dificuldade para investir, contratar e crescer. Isso pode refletir em menos vagas de trabalho, menos expansão de negócios e até preços mais altos no mercado.
Por que o governo está fazendo isso?
A resposta é simples: ajustar as contas públicas. Como a máquina pública não diminui, resta cobrar da população! O aumento do IOF, somado ao congelamento de R$ 31,3 bilhões no Orçamento, é parte do esforço para equilibrar os gastos e aumentar a arrecadação.
A expectativa da equipe econômica é que, com essas medidas, o governo fique R$ 50 bilhões mais perto da meta fiscal de 2025. Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, “as medidas parecem suficientes para garantir o cumprimento do arcabouço fiscal”.
Resumo:
O governo aumentou o IOF em operações internacionais, previdência e crédito para empresas, com a expectativa de arrecadar R$ 20 bilhões a mais em 2025. Com o crédito mais caro, as empresas podem ter mais dificuldade para investir, contratar e crescer. Isso pode refletir em menos vagas de trabalho, menos expansão de negócios e até preços mais altos no mercado.