Pense um pouco e diga o nome de um conhecido seu que tenha perdido o emprego recentemente. Se bobear, você conseguiu citar mais de um. É que, infelizmente, pouquíssimos de nós ainda podem se dar ao luxo de não conhecer ninguém que esteja desempregado. Segundo dados oficiais, o Brasil fechou 2015 com 8,6 milhões de pessoas nessa situação (um aumento de 27,4% com relação a 2014). Com ajuda de um material produzido pelo Serasa Experian, fizemos um guia prático para ajudar quem esteja, neste momento, precisando se reestruturar financeira e psicologicamente após a demissão.
Como enfrentar o primeiro momento
1 Tente ficar tranquila
A dificuldade tende a ser provisória e entrar em depressão ou em desespero só agrava o problema. Mantenha o autocontrole. Em casos extremos, pode ser necessário buscar ajuda médica ou psicológica.
2 Seja sincera com a família
Algumas pessoas escondem a demissão de familiares e amigos por vergonha, principalmente. Não é nada recomendável agir assim. Esse é o momento de abrir o jogo, pois será necessário apoio emocional e contribuição de todos da casa no corte de gastos. Os amigos também devem ser informados, porque podem oferecer apoio moral e, principalmente, contribuir com indicações de vagas.
3 Não fale mal da empresa que a dispensou
É comum querer extravasar a raiva ou frustração após a má notícia, falando mal de todos que contribuíram para a sua demissão. Entretanto, essa atitude é ruim, mesmo que você tenha motivos reais para tal. Esfrie a cabeça e lembre-se: o mundo está globalizado. Todo mundo se conhece, e um novo patrão pode não aceitar um funcionário que comete esse tipo de indiscrição. Isso está longe de ser uma boa referência. Portanto, contenha-se!
Hora de refletir
1 Faça uma autoavaliação
Aproveite tudo o que está acontecendo. Analise seu desempenho e também o rumo que tomou a sua carreira: por que você foi demitida? Seu desempenho ficou a desejar? Em quais aspectos você pode melhorar? Admita que tem qualidades, mas também pontos a serem aperfeiçoados. Quando o que está faltando são habilidades técnicas ou conhecimento, cursos de reciclagem profissional são uma saída. Porém, se o problema identificado for comportamental, faça uma autoanálise e tente mudar suas atitudes.
2 Atualize seu currículo
Em qualquer carreira, o mais importante é não deixar de procurar conhecimento. Procure se informar sobre como os profissionais de sua área estão se apresentando ao mercado e recicle seu currículo de acordo com esses parâmetros. Aproveite o tempo livre que terá a partir de agora para desenvolver habilidades que irão agregar valor ao currículo. Como não é hora de gastar dinheiro, aulas gratuitas de idiomas pela internet ou um curso em sua área de atuação são algumas alternativas para sair na frente.
Questões práticas a serem consideradas
1 Faça as contas
Essa é a hora de saber quais são os recursos disponíveis, incluindo verba rescisória (pagamento de férias, 13º proporcional, multa sobre o FGTS e liberação do mesmo, quando não for justa causa), algum fundo de emergência criado para este fim e o seguro-desemprego. Esse montante será sua base financeira até encontrar um novo emprego e voltar a receber um salário.
2 Não se empolgue com a rescisão
Ao se depararem com uma quantia considerável, vinda dos benefícios citados acima, muitas pessoas se iludem e cogitam fazer investimentos. Uns trocam o carro, outros reformam a casa. Mas atenção: nesse momento você não tem mais renda mensal e esse dinheiro é seu único recurso para pagar as contas fixas durante o tempo em que estará desempregada. Portanto, nada de fazer planos exagerados.
3 Ponha tudo na ponta do lápis
Conseguir identificar onde cortar os gastos e manter o controle total sobre as finanças é a melhor maneira de evitar o endividamento nessa época difícil. Para tanto, organize uma planilha com todas as contas mensais, incluindo dívidas e prestações. Esse hábito deve se manter por toda a vida, pois ajuda muito a saber onde a renda mensal está sendo usada. Retire dessa lista tudo o que pode ser cortado temporariamente (academia, cursos de idiomas, faxineira, gastos com salão de beleza, TV a cabo etc) e mantenha itens essenciais, como: alimentação, plano de saúde, contas de luz e água. A partir de agora, evite pagar com cartão
de crédito. À vista, o controle fica mais fácil!
7 hábitos que ajudam a voltar ao mercado de trabalho
1 A busca deve ser diária
Pesquise em todos os canais: internet, jornais, redes sociais, e não deixe de manter contato com colegas de profissão e amigos em geral. Informe-se sobre companhias em expansão que buscam profissionais com as suas características e apresente-se a elas, sem medo.
2 Mantenha-se informada
O jornal e a internet devem ser lidos além das páginas de classificados. Busque se informar sobre política, economia e outros assuntos possíveis de serem abordados numa entrevista. Muitas empresas valorizam um profissional que tenha conhecimentos gerais. Esse pode ser o seu diferencial ao disputar uma vaga.
3 Seja flexível
É bom manter o foco no emprego ideal, buscando uma vaga que se encaixe em seu perfil profissional. Mas esteja aberta para uma eventual mudança de área e até para executar uma função abaixo de sua qualificação. Um emprego em outra cidade, que exija um deslocamento diário, ou até uma mudança de endereço também devem ser considerados.
4 Faça “bicos”
Desenvolver atividades rentáveis é uma opção para conseguir dinheiro e ocupar a mente nesta fase tão complicada. Não se envergonhe de começar a fazer algo que não estava nos seus planos. Isso está longe de ser uma desonra, ok? Veja quais são as suas habilidades e aproveite o tempo livre para ser produtiva. Cozinhar para fora, cuidar de crianças, confeccionar bijuterias, fazer artesanato, costura e pequenos consertos que possam ser realizados em casa são alguns exemplos. Quem sabe daí não sai
uma nova carreira, hein?
5 Negócio próprio?
Às vezes, o desemprego mostra-se como um caminho para o empreendedorismo. Veja se não é o momento de colocar em prática aquele projeto de abrir um negócio. Analise essa possibilidade com cuidado e busque informações que minimizem as chances de
ela não ser bem-sucedida.
6 Seja voluntária!
Pratique a responsabilidade social e busque uma instituição que aceite voluntários com seu perfil. Além da satisfação de ajudar as pessoas, essa atividade é valorizada por muitas empresas ao contratar um funcionário. Mas não se esqueça: o voluntariado é uma atividade séria, que exige disciplina e dedicação. Apenas se candidate se você tiver mesmo a intenção de cumprir todas as regras.
7 Cultive a vida social
Esse não é o momento de se esconder do mundo, por mais duro que seja encarar. Ao contrário: gerencie seu tempo e aproveite para visitar amigos, levar os filhos à escola, telefonar para parentes e conhecidos. Essas tarefas preenchem seu dia e mantêm você em contato com as pessoas. Muitas oportunidades profissionais aparecem de onde menos se espera!