Emprestar dinheiro ou o nome para um parente ou amigo parece, à primeira vista, um gesto de generosidade. Afinal, quem nunca quis socorrer alguém querido em um aperto? O problema é que, quando o assunto envolve finanças, as boas intenções nem sempre terminam bem. Além de colocar seu orçamento em risco, você ainda pode abalar relações pessoais e criar situações difíceis de resolver.
1. O risco de nunca ver o dinheiro de volta existe
A verdade é dura: muitos empréstimos entre amigos e familiares não são pagos. Sem contrato, data ou garantia, o dinheiro pode simplesmente desaparecer – e junto com ele, a confiança.
2. O constrangimento de cobrar quem você gosta
Cobrar alguém próximo é uma das tarefas mais desconfortáveis que existem. Ninguém quer parecer insensível, mas o silêncio também pesa. O resultado? Uma relação estremecida e muita tensão toda vez que o assunto surge.
3. Seu orçamento pode sair do controle
Aquele “empréstimo rapidinho” pode comprometer seu planejamento. O valor que você cede hoje pode fazer falta no cartão, na reserva de emergência ou no pagamento das próprias contas.

4. Emprestar o nome é ainda mais perigoso
Quando você aceita colocar o CPF em um financiamento, cartão ou conta para outra pessoa, assume toda a responsabilidade. Se houver atraso, a dívida será sua – e o seu nome é que vai parar no cadastro de inadimplentes.
5. O estresse emocional é real
Além do impacto financeiro, existe o desgaste mental. A ansiedade de esperar o pagamento, a culpa por ter cobrado ou o ressentimento por ter sido enganado. Tudo isso drena energia e afeta o bem-estar.
6. Pode gerar dependência financeira
Quando alguém percebe que você sempre ajuda, o pedido tende a se repetir. Aos poucos, a pessoa passa a contar com seu dinheiro como se fosse parte da renda. Isso cria um ciclo perigoso de dependência.
7. Promessas vagas viram frustração
“Te pago assim que entrar um dinheiro”, “na próxima semana resolvo”… frases assim são sinais de alerta. Sem prazos definidos, o empréstimo vira uma promessa sem fim. E quanto mais o tempo passa, mais difícil é resolver.
8. Pode abalar relações de anos
Quando o dinheiro entra na relação, a dinâmica muda. Você pode se sentir usado; o outro, cobrado demais. Uma amizade de décadas pode acabar por causa de um valor que, no fim, ninguém lembra direito.
9. Falta de provas complica tudo
Sem contrato, recibo ou mensagem confirmando o acordo, é quase impossível cobrar formalmente. Mesmo com boa fé, a ausência de registro deixa você sem respaldo legal caso o pagamento não aconteça.
10. Ajuda financeira não resolve a raiz do problema
Em muitos casos, quem pede dinheiro está preso em um padrão de desorganização financeira. Emprestar não ensina a lidar com o orçamento e pode até adiar uma mudança necessária.
Outros caminhos
- Ofereça orientação: ajude a montar um orçamento ou renegociar dívidas.
• Dê algo útil: cesta básica, roupa ou medicamento ajudam sem envolver dinheiro.
• Compartilhe conhecimento: indique cursos gratuitos de finanças ou aplicativos de controle de gastos.
• Apoie: às vezes, o que a pessoa precisa é ser ouvida, não financiada.
Como dizer “não” sem culpa (e sem brigar com ninguém)
- Seja direto, mas gentil
“Adoraria poder ajudar, mas neste momento não consigo me comprometer financeiramente.” Mostra empatia, sem abrir brecha para insistência.
- Ofereça ajuda de outro jeito
“Não posso emprestar dinheiro, mas posso te ajudar a organizar as contas ou procurar opções de renegociação.” Mostra disposição em apoiar, mas com limites claros.
- Evite justificativas longas
Explicações demais abrem espaço para o outro tentar te convencer. Uma frase curta e firme é o bastante.
- Diga “não” cedo
Adiar a resposta dá a falsa esperança de que você vai ceder. Quanto antes definir o limite, melhor para ambos.
- Reforce o afeto
Dizer “não” não é romper o vínculo. Frases como “estou torcendo pra você resolver isso” mostram que a recusa não é falta de carinho.
A matéria acima foi produzida para a revista AnaMaria Digital (edição 1496, de 21 de novembro de 2025). Se interessou? Baixe agora mesmo seu exemplar da Revista AnaMaria nas bancas digitais: Bancah, Bebanca, Bookplay, Claro Banca, Clube de Revistas, GoRead, Hube, Oi Revistas, Revistarias, Ubook, UOL Leia+, além da Loja Kindle, da Amazon. Estamos também em bancas internacionais, como Magzter e PressReader.
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