Desde a última sexta-feira (21), trabalhadores com carteira assinada podem contratar o Crédito do Trabalhador usando o saldo do FGTS como garantia. O processo é feito exclusivamente pelo aplicativo da Carteira de Trabalho Digital (CTPS Digital), sem necessidade de ir ao banco.
A partir de 25 de abril, os bancos parceiros passarão a oferecer diretamente essa linha de crédito. O trabalhador escolhe o valor desejado e o sistema exibe ofertas com diferentes taxas de juros e condições de pagamento. Dessa forma, ele pode comparar e escolher a opção que melhor se encaixa no seu orçamento.
Como funciona o pagamento do Crédito do Trabalhador?
As parcelas são descontadas automaticamente pelo eSocial, com um limite de 35% do salário. Segundo o governo, esse modelo reduz as taxas de juros em comparação a outras modalidades de crédito consignado.
O trabalhador também pode acompanhar o pagamento das parcelas diretamente pelo aplicativo. Além disso, é possível utilizar até 10% do saldo do FGTS como garantia e 100% da multa rescisória, caso haja demissão sem justa causa. Para quem mudar de emprego, mas continuar no regime CLT, o contrato não sofre alterações.
O Empréstimo do Lula pode ajudar a quitar dívidas?
Uma das principais vantagens desse novo modelo é a possibilidade de migrar dívidas mais caras para o Crédito do Trabalhador. Quem tem empréstimos com desconto em folha pode transferir o contrato para essa modalidade a partir de 25 de abril.
Essa pode ser uma boa alternativa para quem tem débitos com juros altos, como rotativo do cartão de crédito, cheque especial ou Crédito Direto ao Consumidor (CDC). No entanto, o ideal é que o empréstimo seja usado para imprevistos, e não para despesas cotidianas.
Para quem o Crédito do Trabalhador não é indicado?
Esse tipo de empréstimo não é recomendado para aposentados que ainda trabalham e já possuem um limite de crédito consignado pela aposentadoria. Nessas situações, as taxas do consignado do INSS são mais vantajosas.
Outro ponto importante é observar o Custo Efetivo Total (CET) da operação. Isso porque o valor indica o real custo do crédito, incluindo juros e taxas adicionais. O recomendável é garantir que as parcelas caibam no orçamento, evitando o risco de superendividamento.
Como acessar a Carteira de Trabalho Digital?
Para solicitar o empréstimo, é necessário ter a versão digital da Carteira de Trabalho.
- Acesse Gov.br e informe seus dados pessoais;
- Responda ao questionário sobre sua trajetória profissional;
- Receba uma senha temporária e troque-a no primeiro acesso;
- Baixe o aplicativo “Carteira de Trabalho Digital” para acompanhar suas informações.
O documento é emitido automaticamente, e todo brasileiro com CPF já possui uma Carteira de Trabalho Digital, mesmo que nunca tenha trabalhado com registro formal.
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