A conta de luz mais cara é uma realidade que deve impactar o orçamento das famílias brasileiras nos próximos anos. Após a derrubada, pelo Congresso Nacional, dos vetos presidenciais em trechos da Lei das Eólicas Offshore, o setor elétrico calcula um aumento de 3,5% até 2050 no valor da tarifa.
O custo adicional previsto chega a R$ 197 bilhões no período. Para que você entenda melhor, explicamos abaixo como essa mudança pode pesar no seu bolso e o que, de fato, está embutido na sua fatura mensal.
Por que a conta de luz mais cara está no horizonte?
De acordo com especialistas, como a Frente Nacional dos Consumidores de Energia (FNCE), o aumento na conta de luz mais cara ocorre porque o consumidor cativo — aquele que compra eletricidade diretamente das distribuidoras — não paga apenas o que consome.
Na prática, além da geração e da distribuição, entram na conta os custos com termelétricas (acionadas em períodos críticos), tributos e uma série de encargos setoriais. Esses encargos, inclusive, são apontados por representantes do setor como um dos principais vilões que encarecem a tarifa ao longo do tempo.
Além disso, vale destacar que muitos desses encargos são determinados por leis e regulamentações. A Aneel, responsável por fiscalizar e definir regras no setor, tem a missão de garantir que os custos sejam justificados e transparentes. Contudo, especialistas defendem que parte desses subsídios poderia ser bancada pelo orçamento federal, e não diretamente pelo consumidor final, como ocorre hoje. Essa mudança poderia tornar a tarifa mais justa e menos pesada para todos.
Entenda os principais itens que compõem a conta de luz
Ao analisar a fatura, é natural se surpreender com a quantidade de itens cobrados. Veja os principais:
- Energia (30%): custo da geração da eletricidade;
- Distribuição (26%): valor para levar a energia até a sua casa;
- Transmissão (10%): custos da movimentação da energia entre as regiões;
- Encargos setoriais (15%): subsídios e taxas determinadas pela Aneel e por leis;
- Impostos (18%): como ICMS, PIS e Cofins.
Entre os encargos, destacam-se o Proinfa (Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica), a Conta de Desenvolvimento Energético e taxas para manutenção da Aneel e do Operador Nacional do Sistema (ONS). É importante lembrar: todos esses valores são repassados ao consumidor e, por isso, impactam diretamente no valor final da conta.
Como as bandeiras tarifárias influenciam no preço final?
Criadas para dar mais previsibilidade ao consumidor, as bandeiras tarifárias indicam as condições de produção de energia no país. Em períodos de seca, por exemplo, as bandeiras amarela e vermelha são acionadas, porque há maior necessidade de usar termelétricas, que são mais caras. Isso gera um acréscimo direto na fatura. Ou seja, além de todos os componentes citados, a cor da bandeira vigente no mês também pesa no bolso.
O que esperar do futuro e como se preparar?
Enquanto entidades como a FNCE estudam recorrer ao STF contra o aumento previsto, especialistas alertam para a importância de adotar hábitos conscientes no consumo. Apagar luzes em ambientes vazios, optar por eletrodomésticos mais eficientes e repensar o uso de equipamentos que consomem muita energia são medidas que, aos poucos, ajudam a aliviar o impacto no orçamento. Além disso, acompanhar os comunicados da Aneel pode trazer mais clareza sobre mudanças na tarifa e novas regras no setor.
Resumo: A derrubada de vetos na Lei das Eólicas Offshore fará a conta de luz mais cara pesar no orçamento das famílias, com aumento estimado em 3,5% até 2050. Entenda o que compõe o valor final da fatura e veja dicas para consumir com consciência e evitar surpresas no fim do mês.
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