Muita gente ainda associa o consórcio apenas à compra parcelada de um carro ou imóvel. Mas essa modalidade tem ganhado espaço como uma alternativa de investimento a médio e longo prazo, especialmente entre consumidores que buscam construir patrimônio com mais controle e menos custos.
Segundo estudo da ABAC (Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios), o sistema cresceu de forma expressiva nos últimos dez anos. Enquanto a caderneta de poupança apresentou queda real de 6% entre 2020 e 2024, os ativos administrados pelos consórcios avançaram 22,5%. Atualmente, o país conta com mais de 11 milhões de participantes ativos em consórcios.
Como funciona o consórcio?
O consórcio é uma poupança coletiva com finalidade definida. Um grupo de pessoas se une para contribuir mensalmente com um fundo comum. Todos os meses, um ou mais integrantes são contemplados com uma carta de crédito que permite a compra do bem ou serviço desejado.
Em tempos de juros altos, ele é uma alternativa inteligente para quem quer realizar grandes conquistas com mais controle e menos custo.
Existem duas formas principais de ser contemplado: sorteio e lance. No sorteio, todos os participantes adimplentes concorrem em igualdade. Já no lance, o participante antecipa parcelas e, caso ofereça o maior valor, tem acesso antecipado à carta de crédito.
Diferentemente do financiamento, o consórcio não cobra juros. A única cobrança é uma taxa de administração, normalmente mais acessível que os encargos financeiros tradicionais.
Por que o consórcio pode ser considerado um investimento?
Apesar de não gerar rendimento financeiro direto como fundos ou aplicações de renda fixa, o consórcio é considerado por muitos especialistas uma forma de investimento patrimonial. Isso porque permite ao consumidor planejar aquisições de médio e longo prazo com previsibilidade e menor custo.
O modelo oferece parcelas compatíveis com o orçamento, possibilidade de compra à vista no momento da contemplação, e carta de crédito com atualização de valor, protegendo o poder de compra frente à inflação.
Segundo levantamento da ABAC, o número de participantes ativos subiu 57,9% entre janeiro de 2015 e dezembro de 2024, passando de 7,1 milhões para 11,21 milhões de pessoas. A procura crescente indica que o consórcio está sendo percebido como uma estratégia sólida de conquista de bens com disciplina financeira.
Vantagens do consórcio
- Permite adquirir bens e serviços de forma planejada;
- Evita pagamento de juros bancários;
- Flexibilidade no valor da carta de crédito e no prazo de pagamento;
- Não exige entrada;
- Oferece poder de negociação à vista no momento da compra;
- A carta de crédito é atualizada anualmente, o que garante que o valor não fique defasado em relação ao preço real do bem.

O que observar antes de aderir
O consórcio não é recomendado para quem precisa do bem de forma imediata. A contemplação pode demorar, principalmente se o participante optar apenas por sorteios mensais.
Outro ponto de atenção é o compromisso com o pagamento das parcelas. A inadimplência impede a participação nos sorteios e pode levar à exclusão do grupo. Por isso, o ideal é que o consórcio comprometa no máximo 30% da renda mensal da pessoa.
Como antecipar a contemplação
Quem deseja ser contemplado antes do fim do contrato pode recorrer aos lances. Existem diversas modalidades:
- Lance livre: o participante define o valor que deseja oferecer a mais;
- Lance fixo: o percentual já vem definido no contrato, como 30% ou 50% da carta de crédito;
- Lance embutido: parte do valor da carta de crédito é usada como lance;
- Lance com FGTS: permitido para consórcios imobiliários, com regras específicas.
Com base em comportamento de mercado, muitos consorciados têm adotado estratégias como observação dos lances vencedores em meses anteriores, realização de reservas paralelas e oferta de valores maiores em épocas fora de datas comemorativas, como novembro e dezembro.
A matéria acima foi produzida para a revista AnaMaria Digital (edição 1470, de 23 de maio de 2025). Se interessou? Baixe agora mesmo seu exemplar da Revista AnaMaria nas bancas digitais: Bancah, Bebanca, Bookplay, Claro Banca, Clube de Revistas, GoRead, Hube, Oi Revistas, Revistarias, Ubook, UOL Leia+, além da Loja Kindle, da Amazon. Estamos também em bancas internacionais, como Magzter e PressReader.
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