Sempre controlei as contas, só que meu marido foi demitido e acabamos fazendo dívidas (cartão de crédito, escola atrasada, crediário). Também pedimos um empréstimo. Sempre usei o 13º para quitar os gastos do início de ano, só que agora não vai dar. Vamos aproveitar pra pagar o que devemos. Mas o que priorizar nessa hora?”
K.L., por e-mail
Muitas famílias têm passado por isso por causa da crise. O ideal é não se desesperar e fazer os ajustes certos para conseguir um pouco mais de tranquilidade. Você está certa em usar o dinheiro para pagar as dívidas. A minha dica é começar pelas que estão em atraso ou que implicam numa consequência imediata. Pela sua lista, quitaria o cartão e a escola. O primeiro porque os juros são muito caros.
Com relação à escola, o pagamento será importante caso você queira renovar a matrícula para o próximo ano letivo. Mas ainda tem o empréstimo e os gastos de início de ano. E é aí que o planejamento, a disciplina e a criatividade são fundamentais. Para começar, coloque todos os gastos e despesas no papel, analise os compromissos para os próximos meses e corte os gastos não essenciais,
já que é hora de apertar o orçamento. A disciplina será essencial para que você não saia do roteiro e não deixe a peteca cair. A criatividade vai entrar em cena caso, mesmo fazendo tudo certinho, as contas não fechem. Aí você terá que pensar num plano
B, como um trabalho extra ou vender um bem, como o carro, por exemplo. Sei que tudo isso implica em sacrifícios nada agradáveis, mas lembre-se: a crise e o desemprego do seu marido são situações passageiras, e com os ajustes certos você vai evitar a inadimplência e estará numa situação muito mais tranquila para poder aproveitar quando as coisas melhorarem.
Tenha uma reserva para imprevistos
O caso da nossa leitora mostra a importância de um pé de meia. O indicado é que você tenha guardado o equivalente a seis meses de gastos. A conta é feita dessa forma, pois, em média, alguém que perdeu o emprego demora cerca de meio ano para conseguir voltar ao mercado. Com uma reserva financeira, mesmo que o desemprego bata à sua porta, fica mais fácil manter as contas em dia.
(*) Marcela Kawauti é formada em economia pela USP e tem mestrado da FGV. Com mais de dez anos de experiência, é economista-chefe do SPC Brasil e colaboradora do portal de Educação Financeira Meu Bolso Feliz.
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