Seja nas prateleiras do supermercados, cafeterias chiques ou mesmo nas padarias: o consumidor notou o café mais caro. Embora o Brasil seja o maior produtor mundial, fenômenos climáticos como secas e geadas em regiões produtoras, especialmente em Minas Gerais, têm reduzido a oferta de grãos de alta qualidade.
Além disso, os custos com insumos agrícolas, como fertilizantes e combustíveis, seguem elevados, aumentando preço final. De acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado nesta terça-feira (10), o grão moído teve uma alta de quase 33% no acumulado dos 12 meses até novembro.
Já segundo a a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), o pacote de 1 kg de café está sendo comercializado, em média, a R$ 48,57. Em janeiro, o preço era de R$ 35,09. Um aumento de 38.41%. E sssa é a realidade não só dos brasileiros, mas também no resto do mundo.
Café mais caro: por quê?
Segundo especialistas, uma série de fatores contribuem para o cenário de alta no preço do produto no planeta. Mudanças climáticas, aumento nos custos de produção e exportações recordes são algumas das razões que explicam o café mais caro.
- Mudanças climáticas e sustentabilidade
As mudanças climáticas não só afetam a produção, mas também elevam a necessidade de práticas agrícolas mais sustentáveis, que possuem custos iniciais mais altos. Com chuvas irregulares e temperaturas elevadas, as próximas safras poderão enfrentar desafios semelhantes, tornando o cenário futuro ainda mais incerto.
- Demanda global e exportações em alta
O aumento na demanda global por café, especialmente nos mercados asiáticos e europeus, também é um fator determinante. Ainda em novembro, o Brasil alcançou o recorde anual histórico na exportação: foram 46 milhões de sacas em 2024 — cada saca corresponde a 60kg.
Faltando um mês para o fim do ano, os produtores nacionais já tinham exportado 3,78% a mais que o recorde anterior, de 44,707 milhões de sacas ao longo de 2020. De acordo com o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), a venda externa rendeu US$11,30 bi ao Brasil entre janeiro e novembro.
A demanda estrangeira reduziu a oferta disponível no mercado interno. O desequilíbrio entre produção e consumo, somado à desvalorização da moeda brasileira frente ao dólar, tem favorecido os exportadores, mas encarecido o produto para os consumidores locais.
- Alta no consumo
Além da exportação, o produto segue em alta também no mercado interno. Ainda que os preços estejam mais altos, o consumo cresceu 0,78% entre janeiro e outubro de 2024, segundo dados da Abic. Cada brasileiro consome, em média, 6,40 kg do tipo cru e 5,12 kg dos tipos torrado e moído por ano
Segundo estudo da Jacobs Douwe Egberts, empresa detentora das marcas de café Pilão e L’OR, o café está presente em 98% dos lares brasileiros. Na média, são cerca de 3 a 4 xícaras diárias. No Brasil e no mundo, o café é a segunda bebida mais consumida, perdendo apenas para a água
Perspectivas para 2025
A notícia não é boa para os amantes da bebida: a previsão é de que os preços do café permaneçam altos no próximo ano. Além da exportação, a incerteza sobre as condições climáticas em regiões produtoras, como Minas Gerais e São Paulo, explica o encarecimento.
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