A Black Friday chegou e muitas empresas aderiram aos descontos para os consumidores. Celebrada oficialmente nesta sexta-feira (27), a tradição começou nos Estados Unidos, em 2001, após o feriado americano do Dia de Ação de Graças, quando tem início a temporada de compras natalinas.
Em meio às promoções estrondosas, quais dicas e cuidados devemos tomar para fazer um consumo consciente, evitando cair na “black fraude”? AnaMaria Digital bateu um papo com a consultora financeira Júlia Mendonça, que possui um canal no Youtube sobre assunto. Além de esclarecer algumas dúvidas, ela explica quais são as três perguntas de ouro que devem guiar nossas compras.
COMO NÃO CAIR NA ENGANAÇÃO DOS PREÇOS E FAZER UM CONSUMO CONSCIENTE?
Uma das dicas mais importantes é conferir antes o valor. Isso porque ficamos empolgados muito fácil com coisas que não precisamos, e que não estavam na lista, apenas porque está com um preço legal. Assim, é fundamental ter anotado tudo o que você quer. Chegando no dia, dá para saber se realmente houve o desconto, ou se aquilo é uma farsa.
COMO COMPRAR NA BLACK FRIDAY SEM ESTRAGAR A MINHA VIDA FINANCEIRA?
É preciso saber o quanto você precisa por mês para manter a sua vida nos eixos. “Digamos que uma pessoa ganhe R$1200, e tem um gasto fixo mensal de R$800 – incluindo as contas, e dívidas que já existem. Ela tem uma margem de mais ou menos R$400 para gastar sem fazer diferença”, aconselha.
Além disso, a profissional esclarece que é necessário ter uma ideia de como estarão as contas nos próximos meses, e se aquele dinheiro não fará falta caso você parcele.
COMO APROVEITAR BLACK FRIDAY MESMO TENDO POUCO DINHEIRO?
Direcione bem os seus desejos. Você consegue comprar coisas muito baratas, basta saber o que você realmente precisa. “Quando me mudei para meu apartamento atual, há uns cinco anos, era outubro. Mesmo na correria, sabia que precisava comprar coisas para a casa. Aproveitei as promoções da Black Friday para isso”, conta.
QUAL A MELHOR OPÇÃO DE COMPRA? À VISTA OU À PRAZO?
Preste atenção: se você compra em boleto e não tiver certeza de que o site é verdadeiro, poderá cair num grande golpe, pois o valor não será reembolsado.
Caso tenha dívida nos próximos meses, é melhor pagar em uma parcela no cartão de crédito, ou então à vista. “Reforçando: analise como serão os próximos meses no quesito financeiro antes de sair parcelando”, indica Júlia.
É MELHOR COMPRAR NA LOJA FÍSICA OU ONLINE?
Mendonça explica que as lojas online conseguem descontos bem melhores. Isso ocorre porque a versão física tem que ter o produto ali, no momento da compra. Isso envolve centro de distribuição, gastos com a loja e estoques gigantescos. Tudo isso vai acabar encarecendo o valor total da compra.
Na Internet, o processo inteiro fica muito mais barato. Tanto que, muitas vezes você consegue 30% de desconto online, e na física são míseros 10%, ou nem isso.
Vale lembrar que, caso escolha ir à uma loja física, se proteja contra o novo coronavírus. Faça o uso de máscara e leve sempre um álcool em gel para higienizar as mãos.
COMO COMPRAR COM SEGURANÇA NA INTERNET?
Dê uma olhada nos sites que você costuma comprar, e tome cuidado com os falsos. Na caixa de endereço do site, um ponto a mais, ou até mesmo uma letra diferente, podem mostrar se o site é confiável ou enganador.
“Em 2013, entrou em vigor uma lei que obriga todas as lojas online a informar CNPJ, endereço, e número de telefone – tudo no site. O símbolo do cadeado ao lado do link também confirma a segurança. Verifique estes dados antes de realizar a compra”, alerta a especialista.
GASTEI MUITO NA BLACK FRIDAY E ACUMULEI TODAS AS MINHAS DÍVIDAS. E AGORA?
Júlia explica que o período da Black Friday é bom e ruim, porque como é em novembro, junta com Natal, Ano Novo e férias. O ideal é fazer programação para tudo, já que os juros são muito altos.
Se gastou demais, uma opção é tentar vender coisas que não precisa – se for necessário, os próprios produtos que comprou. Renegociar com a loja que efetuou a compra ou o banco pode ser uma alternativa também, além de corte gastos até conseguir quitar tudo.
“Além disso, faça sempre as três perguntas de ouro antes de qualquer compra: eu preciso mesmo disso? Tem que ser agora? Eu tenho como pagar? – Se a resposta de alguma for não, desista!”, conclui Mendonça.