Uma das maiores preocupações de grande parte das pessoas é em relação ao futuro financeiro. A Previdência Social é o sistema previdenciário oficial do Brasil, administrado pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O INSS oferece benefícios como aposentadorias, pensões e auxílios, sendo financiada pelas contribuições de trabalhadores e empregadores. Contudo, quem deseja chegar à melhor idade com segurança deve buscar alternativas para garantir uma aposentadoria que atenda às necessidades e aos custos de vida na velhice.
Em entrevista à AnaMaria, Walter Teixeira, sócio-fundador da Futuro Capital, graduado em engenharia pela PUC Minas e com passagens pela V10 Investimentos e pelo Wealth Management do BTG Pactual, explica como funciona a previdência privada, uma alternativa para assegurar uma velhice financeiramente estável aos brasileiros.
Previdência social no Brasil
Walter esclarece que a principal característica da previdência social no Brasil é que os benefícios futuros dependem do trabalhador na ativa. Isso significa que a previdência social só funciona enquanto houver uma considerável população jovem capaz de trabalhar para arcar com os custos da aposentadoria dos mais velhos.
Porém, à medida que as pessoas vivem mais e as famílias têm cada vez menos filhos, o sistema se torna mais insustentável. Algumas projeções indicam que até 2060 o déficit anual da previdência deve atingir mais de R$ 3 trilhões. As recentes reformas previdenciárias tentaram mitigar esses desafios, mas a sustentabilidade a longo prazo ainda é uma preocupação. O Governo Federal disponibiliza em sua plataforma online a ‘Calculadora do INSS’, onde é possível simular a aposentadoria por idade.
Como funciona a previdência privada?
“A fórmula de construção da riqueza é composta pelo valor presente do seu investimento, ou seja, quanto você investirá, o tempo que o valor ficará investido e a taxa de juros no período do investimento. Com estas 3 variáveis, temos o valor futuro do nosso investimento. Na previdência social, o beneficiário depende dos trabalhadores na ativa, e não do próprio investimento.”, diz o especialista.
Teixeira destaca a importância de ter fontes de investimento privado como alternativa ao sistema de previdência social. Para isso, é importante saber como funciona a previdência privada. Com ela, a pessoa faz o investimento e consegue, através da fórmula de criação da riqueza, construir patrimônio e atingir sua independência financeira.
Vale destacar que o teto atual do INSS é de R$ 7.786,02. Esse valor pode não ser o suficiente para manter o padrão de vida necessário, em diversos casos, reforçando a necessidade de se construir uma previdência privada.
Como escolher um plano de previdência privada?
O Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL) e o Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL) são os dois tipos de planos de previdência privada disponíveis no mercado. Eles são ofertados pelos bancos, corretoras de investimento e corretoras de seguros.
Na hora de escolher o melhor plano, é válido considerar os benefícios fiscais que cada um oferece. De acordo com Walter, ambos os tipos de planos de previdência privada possuem benefícios fiscais. “O PGBL é a modalidade mais indicada para quem possui uma renda tributável anual maior do que cerca de R$ 100 mil.”, orienta o especialista.
Este tipo de previdência privada permite que o valor investido no plano seja deduzido em até 12% da renda bruta tributável que o investidor recebeu durante o ano. Por exemplo, uma pessoa com renda tributável anual de R$ 240 mil que investe 12% dessa renda no PGBL, ou seja, R$ 28.800 ao ano, economiza cerca de R$ 5.600 no Imposto de Renda.
“Para se ter uma ideia, se toda a população brasileira que pode contribuir no PGBL realmente contribuísse da maneira correta, haveria uma economia total de cerca de R$ 140 bilhões por ano de IR”, salienta Walter.
Já para as pessoas que recebem via dividendos ou recebem uma renda tributável menor do que R$ 100 mil anuais, o VGBL é a opção mais indicada. Tendo em vista que o IR cobrado será somente sobre o lucro dos investimentos.
Lembrando que a previdência privada é um excelente veículo de investimento de longo prazo por possuir diversos benefícios fiscais para ambos os planos. Após 10 anos do período investido, a alíquota do IR será de apenas 10%.
Além disso, há isenção de come-cotas sobre o investimento — que é antecipação da cobrança do imposto de renda sobre o rendimento de alguns tipos de fundos, aumentando o poder dos juros compostos. Essa cobrança é feita antes duas vezes por ano: no final de maio e no final de novembro.
Um futuro mais confortável na melhor idade
Ao buscar uma estrutura alternativa de aposentadoria e entender como funciona a previdência privada, temos a possibilidade de usufruir do diferimento fiscal, que potencializará o esforço do investidor ao longo do tempo.
“Uma pessoa com R$ 240 mil de renda tributável anual, que investe na estrutura correta para ela e no limite do benefício fiscal (12%), ao longo de toda sua vida, acumulará mais de R$ 13 milhões a mais do que investir na estrutura tradicional. Mesmos aportes, mesma taxa de retorno e mesmo prazo, mas um futuro completamente diferente”, finaliza Walter.
Leia também:
É possível se aposentar sendo MEI? Saiba como garantir a previdência
Quer começar a investir do zero? Guia do mercado financeiro para iniciantes
Comentários 1