Embora muitos brasileiros afirmem que cuidam bem do próprio dinheiro, a nova pesquisa encomendada pela Planejar (Associação Brasileira de Planejamento Financeiro) realizada pelo Datafolha, mostra um retrato diferente da prática. Segundo o levantamento, 43% não têm nenhuma reserva financeira, mesmo que a maior parte diga que tenta se organizar. Os dados divulgados em novembro chamam atenção porque, ao longo dos últimos anos, o tema ganhou destaque nas redes e virou pauta recorrente entre especialistas — ainda assim, criar um hábito real de guardar dinheiro continua sendo um desafio.
A dificuldade aparece principalmente na classe C, que reúne 78% dos entrevistados sem qualquer valor guardado. Ainda que muitas famílias consigam planejar parte do orçamento, elas afirmam que fatores como inflação, aumento dos juros e necessidade de recorrer ao crédito acabam impedindo a construção de uma reserva mínima para emergências.
A rotina das despesas mensais pesa e dificulta o planejamento
Além da falta de reserva, o levantamento também revela outro comportamento que dificulta a organização: 52% dos entrevistados não sabem exatamente quanto gastam por mês. Eles até têm noção das contas principais, mas não conseguem acompanhar o orçamento com precisão — o que, de fato, prejudica a criação de metas reais e limita o controle do dinheiro.
Além disso, o Datafolha aponta que 84% enfrentaram algum tipo de emergência financeira no último ano. Esse conjunto de imprevistos inclui atrasar contas, pegar empréstimos, usar crédito ou até ter o nome negativado. Não por acaso, muitos afirmam que, mesmo tentando controlar gastos, acabam sem sobra ao final do mês: 39% quitam tudo sem deixar nenhum espaço no orçamento, enquanto 19% não conseguem pagar todas as despesas.
Poucos brasileiros buscam ajuda para guardar dinheiro e organizar bens
Outro ponto que chama atenção é a baixa procura por orientação profissional. Embora 49% dos entrevistados considerem buscar um planejador financeiro no futuro, apenas 2% já contrataram esse serviço. Esse número contrasta com a necessidade evidente de apoio para estruturar metas, organizar despesas mensais e construir hábitos consistentes de economia.
O estudo também mostra que, mesmo que 56% já tenham pensado na distribuição dos próprios bens, só 7% formalizaram esse plano por meio de testamento. Ou seja, além de enfrentar dificuldades no presente, boa parte da população ainda não se prepara para o futuro patrimonial — o que reforça a importância de ampliar o acesso a informações de qualidade e ferramentas acessíveis de planejamento.

Satisfação financeira cresce quando há controle e reserva financeira
Apesar dos desafios, existe um dado animador: entre os que se dizem satisfeitos com a própria vida financeira, 82% acompanham regularmente seus gastos. Isso demonstra que, quando o controle do orçamento vira um hábito, guardar dinheiro passa a ser mais possível — e até mais natural.
Por outro lado, entre os insatisfeitos, esse número cai para 55%. Ou seja, planejar, acompanhar despesas e manter uma reserva, mesmo pequena, influencia diretamente na sensação de bem-estar financeiro. Por isso, comece com pouco, registre cada gasto e avance de forma gradual. Esse caminho, embora simples, cria uma mudança real no dia a dia e ajuda a construir a tão desejada segurança financeira.
Resumo: A pesquisa Planejar/Datafolha revela que a maioria dos brasileiros tenta se organizar, mas ainda não consegue manter uma reserva financeira consistente. Além disso, muitos não acompanham as despesas mensais de forma precisa. A falta de controle impacta diretamente a satisfação com a vida financeira. Por fim, o estudo reforça que monitorar gastos e tentar guardar dinheiro, mesmo em pequenas quantias, melhora a segurança e o bem-estar.
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