Ao contrário do que muita gente pensa, a pimenta não é uma vilã para a saúde. Muito pelo contrário. Ela é bactericida, antioxidante, expectorante, descongestionante, controla a hipertensão, alivia crises de enxaqueca, protege contra alguns tipos de câncer, ajuda no combate de reumatismos articulares e ainda age no sistema nervoso ao liberar noradrenalina e adrenalina.
E seus benefícios vão além. A substância química que dá ao alimento seu caráter ardido, a capsaicina, é capaz de exterminar calorias. Estudo da Universidade Laval, em Quebec, no Canadá, afirma que, durante a digestão, ela aumenta a temperatura do corpo, acelera o metabolismo e queima gordura. Mas, atenção: é preciso usá-la com moderação!
ALIMENTO TERMOGÊNICO
A pimenta tem um efeito térmico que induz o corpo a gastar certa quantidade de energia durante o processo digestivo. Por isso, é considerada um alimento termogênico. Segundo a nutricionista Erica Lopes, seu efeito térmico varia conforme a composição da dieta, sendo maior após o consumo de carboidratos e proteína.
Quanto mais difícil a digestão, maior o valor termogênico do alimento e, consequentemente, maior o gasto de calorias. Por outro lado, alimento com baixo efeito térmico é consumido mais rapidamente e provoca um aumento no depósito de gordura. Refeições com adição de pimenta aumentam consideravelmente a taxa metabólica, potencializando seu efeito emagrecedor.
SUA AÇÃO
A pimenta derrete os estoques de energia acumulados em forma de gordura corporal, graças à capsaicina, substância presente na parte mais esbranquiçada, onde ficam as sementes. O mecanismo é simples.
Para quebrar os nutrientes da comida e absorvê-los, o aparelho digestivo trabalha duro e gasta muito combustível. A capsaicina faz com que o órgão, nas horas de ‘serviço’ pesado, se abasteça nos depósitos gordurosos. Esse processo aumenta a temperatura corporal e, para dissipá-la, lá se vão as calorias excedentes.
Não bastasse, a substância ainda reduz a formação de gases e melhora a produção do suco gástrico, facilitando a digestão.
OUTROS BENEFÍCIOS
- Pimenta-do-reino preta – Combina com carnes, peixes, saladas, conservas e molhos. Benefícios: dissolve o muco dos pulmões, é expectorante e descongestionante.
- Pimenta caiena – Extremamente picante, é ideal para picles, molhos de carnes e peixes. Benefícios: regula o fluxo sanguíneo e normaliza a pressão.
- Pimenta calabresa – Bem picante, é ótima para molhos vermelhos e antepastos. Benefícios: alivia os sintomas da enxaqueca e tem ação bactericida.
- Pimenta-malagueta – Muito usada no acarajé e no vatapá e como caldo para feijoada e peixes. Benefícios: alivia dores de cabeça, dores musculares e melhora a digestão.
- Pimenta-da-jamaica – Vai bem com frango, peixe, assados, bolinhos de carne, molhos de tomate, tortas e frutas assadas. Benefícios: rejuvenesce a pele.
- Pimenta síria – Perfeita para quibes, esfirras, carnes, frangos, peixes e picles. Benefícios: tem ação antiflatulência e melhora a digestão, estimulando as secreções do estômago.
- Pimenta dedo-de-moça – De aroma suave, pode ser consumida fresca, curtida, seca ou em molho para acompanhar carnes. Benefícios: alivia dor de cabeça, dor muscular e melhora a digestão.
- Pimenta-de-cheiro – De aroma delicioso, combina melhor com carnes brancas, peixes e saladas. Benefícios: é antioxidante.
CUIDADO
Utilize-a de forma moderada. Assim como qualquer outro alimento, se consumido com exagero, o resultado será negativo. Dê um toque ardido aos seus pratos, mas siga sempre uma alimentação balanceada. Ingerir somente alimentos termogênicos leva a uma deficiência importante de nutrientes.