Quando se pensa em um prato tradicional do Natal, o peru imediatamente vem à mente. A imagem do prato principal, dourado e suculento, é quase automática. No entanto, há um fato curioso que nem todos sabem: a famosa ave natalina, na verdade, é uma perua.
Isso porque o animal que vai às mesas das famílias brasileiras é fêmea — e não macho, como o nome popularmente conhecido indica. E a troca entre eles não é apenas linguística, mas também econômica e com base nas práticas de criação da espécie.
Protagonista da ceia: conheça a ave natalina
As diferenças entre perus e peruas vai da alimentação ao desenvolvimento e o abate do animal. Ainda que se alimentam na mesma quantidade, os machos ficam consideravelmente maiores que as fêmeas. Elas chegam aos 5kg com 10 semanas de vida, quando são abatidas. Eles atingem até 25 kg aos cinco meses.
Por isso, vendê-los em cortes separados é mais vantajoso para os criadores. A carcaça da perua, que fica em torno de 4kg, geralmente é comercializada inteira para o consumo durante o Natal. Já os machos são utilizados para a produção de cortes processados, como peito de peru e a salsicha.
Algumas peruas vivem um pouco mais e têm o mesmo destino dos machos: são enviadas em cortes após serem abatidas com 15kg, na vigésima semana de vida.
Manejo e custo na produção das aves impacta o preço
Os criadores de aves adotam práticas específicas para otimizar a criação de perus e peruas. Como os machos crescem mais rapidamente e consomem uma quantidade semelhante de ração, é comum que as aves sejam separadas por sexo para evitar competição.
Outro fator que influencia o custo da ave natalina é a menor produtividade das peruas em relação a outras aves. Elas põem cerca de 80 ovos por ano, enquanto uma galinha pode produzir até 180. A menor taxa de reprodução torna os pintos de perua mais caros, impactando diretamente o preço do produto final no mercado.
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