A busca pelo visual perfeito e a vontade de mostrar um antes e depois impactante ganharam força entre os jovens da Geração Z. Nas redes sociais, principalmente no TikTok, o termo glow up virou sinônimo de mudança estética — e, muitas vezes, inclui procedimentos não indicados para essa faixa etária. Um exemplo é o Baby Botox ou micro, técnica que utiliza pequenas quantidades de toxina botulínica para suavizar linhas de expressão ou prevenir o surgimento delas.
Até aí, tudo bem — não fosse o fato de que essa tendência está conquistando adolescentes cada vez mais jovens. Basta um passeio rápido pelas redes para encontrar vídeos com a hashtag #BabyBotox, que já ultrapassa os 70 milhões de publicações. Influenciadoras como Antonela Braga (15), Julia Petroni (16) e Duda Guerra (16) já exibiram resultados de procedimentos estéticos em seus perfis. Até a apresentadora Angélica revelou que começou a fazer Botox aos 14 anos.
Quando o Baby Botox pode ser prejudicial
Apesar da popularidade, especialistas defendem que é preciso cautela. Segundo a cirurgiã-dentista Raquel Vicente, o ideal é que intervenções com toxina botulínica comecem apenas após os 18 anos. “A pele jovem, em geral, ainda não apresenta sinais expressivos de envelhecimento. O uso precoce pode, inclusive, comprometer a expressão facial e gerar um aspecto artificial com o passar do tempo”, explica.
Além disso, ela reforça que, nessa fase da vida, muitas queixas estéticas têm origem em fatores comportamentais. Ou seja: com mudanças simples, como adotar uma alimentação mais equilibrada e cuidar da saúde da pele, é possível obter resultados naturais e duradouros.
Alternativas ao Botox: foco na estética preventiva
Ainda de acordo com a Raquel, há alternativas inovadoras que promovem o rejuvenescimento de forma menos agressiva. Entre elas, o uso de células-tronco e exossomas, técnicas que utilizam gordura e sangue do próprio paciente, sem a adição de componentes químicos ou vegetais. “Esses materiais são processados e reaplicados no rosto com o objetivo de estimular colágeno, elastina e regenerar os tecidos da pele”, afirma.
Esses procedimentos são considerados parte da chamada estética preventiva — uma abordagem mais natural e que oferece resultados progressivos, preservando a individualidade e a expressão facial. “Com isso, reduzimos a necessidade de retoques constantes e evitamos excessos que, no futuro, podem ser difíceis de reverter”, complementa a especialista, que foi a primeira dentista credenciada no Rio de Janeiro a utilizar essa técnica.
O papel das redes sociais e a pressão pelo glow up
Com tantos filtros e conteúdos perfeitos nas redes, a pressão estética começa cada vez mais cedo. O problema é que esse ideal de beleza imediata pode gerar frustrações e inseguranças, especialmente entre adolescentes. O chamado glow up digital, na prática, nem sempre reflete mudanças reais e sustentáveis.
Raquel destaca a importância de conversar com os jovens sobre autoestima, autocuidado e a valorização da beleza natural. “É preciso entender que cada fase da vida tem sua beleza. Procedimentos podem ser aliados, sim, mas com responsabilidade e orientação adequada”, pontua.
Como equilibrar vaidade e autocuidado nos procedimentos estéticos
Para quem deseja investir em procedimentos estéticos, a recomendação é procurar profissionais especializados e avaliar com cuidado a real necessidade de cada intervenção. Embora a toxina botulínica tenha efeitos comprovados e seguros, seu uso precisa respeitar a individualidade e o estágio de desenvolvimento da pele.
Vale lembrar que, antes de qualquer aplicação, é essencial uma avaliação detalhada. E, acima de tudo, compreender que não existe fórmula mágica para a juventude eterna — mas sim, escolhas conscientes e consistentes ao longo do tempo.
Resumo: O uso precoce do Baby Botox levanta preocupações entre especialistas, que orientam iniciar os cuidados estéticos apenas após os 18 anos. Alternativas como células-tronco e exossomas aparecem como opções mais seguras e naturais. O ideal é equilibrar o desejo de mudança com informação e responsabilidade.
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