Durante muito tempo, a menopausa foi cercada de silêncio. As transformações que ela trazia ao corpo eram vistas apenas como um fim de ciclo e, muitas vezes, tratadas como tabu. Mas, felizmente, essa fase da vida feminina vem sendo cada vez mais debatida com abertura e acolhimento. Hoje, entende-se que a menopausa não se resume à interrupção do ciclo menstrual: ela envolve mudanças físicas, emocionais e até mesmo visíveis na pele.
“A pele é um dos primeiros órgãos a refletir a queda hormonal”, explica a dermatologista Samara Kouzak. Flacidez, ressecamento, rugas e manchas são alguns dos sinais que podem surgir nesse período e que merecem atenção especial.
Quais são os sintomas da pele na menopausa?
Com a redução dos níveis hormonais, a pele passa por mudanças intensas. Entre as mais comuns estão a perda de firmeza, ressecamento, sensibilidade aumentada e o surgimento de manchas. A dermatologista Samara Kouzak explica que a produção de colágeno cai de forma acelerada, o que se reflete em rugas mais profundas e flacidez.
Nilson Ribeiro, CEO da Helene Deon, também observa esse impacto: “A produção de colágeno e elastina cai bastante e isso gera flacidez, rugas e perda de firmeza. A pele também perde hidratação, fica mais fina e sensível, e as manchas senis podem aparecer. Muitas mulheres olham no espelho e sentem que sua pele já não responde como antes”, comenta.
Como a perda hormonal influencia a pele?
A pele passa por transformações diferentes em cada fase ligada à menopausa. No climatério, período de transição que pode começar anos antes da última menstruação, já há uma redução gradual dos hormônios, especialmente do estrogênio. Essa queda influencia diretamente na produção de colágeno e na retenção de água, o que torna a pele mais seca e menos elástica.
Durante a menopausa em si, essa perda hormonal se intensifica. “A queda do estrogênio reduz drasticamente a produção de colágeno, elastina e ácido hialurônico natural da pele. Isso gera flacidez, rugas mais marcadas, ressecamento intenso e perda de elasticidade”, detalha Nilson.
Após a menopausa, essas alterações tendem a se estabilizar, mas a pele já não apresenta a mesma capacidade de regeneração e proteção natural. Por isso, os cuidados contínuos são essenciais em todas as etapas.
Cuidados fundamentais
Segundo a dermatologista Samara Kouzak, a palavra-chave é hidratação. A pele mais seca e frágil precisa de atenção redobrada, tanto na escolha dos cosméticos quanto na rotina diária. Além disso, a proteção solar se torna indispensável. “Como a pele fica mais sensível e suscetível a manchas, o protetor solar é indispensável, mesmo em dias nublados”, reforça a médica.
Outro ponto importante é respeitar a delicadeza da pele. Limpezas muito agressivas e produtos abrasivos devem ser evitados. “A higienização deve ser suave, sem remover a barreira protetora da pele, que já está naturalmente mais fragilizada”, recomenda Nilson.
Rotina ideal
Uma boa rotina de cuidados deve contemplar limpeza suave, hidratação intensa, estímulo à produção de colágeno e proteção antioxidante. Séruns e cremes que atuam em diferentes camadas da pele, fortalecendo a barreira cutânea e promovendo sustentação, ajudam a compensar os efeitos da queda hormonal.
“Na menopausa, a pele precisa de uma rotina inteligente que não apenas cuide da estética, mas compense diretamente as alterações hormonais”, afirma Nilson.
Nutrientes recomendados
Para essa fase, a dermatologista Samara Kouzak recomenda apostar em ativos como ácido hialurônico, colágeno hidrolisado, niacinamida, vitamina C e vitamina E. Esses ingredientes ajudam a hidratar profundamente, estimular a produção de fibras de sustentação, uniformizar o tom da pele e proteger contra os radicais livres.
Segundo Nilson, também vale considerar ativos de nova geração, como os exossomos e fatores de crescimento, que estimulam a comunicação celular e aumentam a regeneração da pele madura. Além disso, os prebióticos são aliados importantes para reforçar a microbiota cutânea, que se torna mais vulnerável na menopausa.
E os proibidos
Já em relação ao que evitar, a dermatologista alerta para produtos que possam causar irritação ou ressecar ainda mais a pele, como alguns tipos de ácidos em concentrações altas e sabonetes muito abrasivos. O ideal é priorizar fórmulas suaves e adaptadas às novas necessidades da pele.
A matéria acima foi produzida para a revista AnaMaria Digital (19 de setembro). Se interessou? Baixe agora mesmo seu exemplar da Revista AnaMaria nas bancas digitais: Bancah, Bebanca, Bookplay, Claro Banca, Clube de Revistas, GoRead, Hube, Oi Revistas, Revistarias, Ubook, UOL Leia+, além da Loja Kindle, da Amazon. Estamos também em bancas internacionais, como Magzter e PressReader.
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