O óleo de rosa mosqueta é um verdadeiro aliado da pele, famoso por hidratar, auxiliar na cicatrização de cicatrizes e proteger contra os sinais do tempo. Mas, apesar da popularidade, muitos mitos ainda cercam seu uso. Confira a seguir o que é verdade e o que é engano sobre esse óleo tão querido.
Mito 1: o óleo clareia manchas por conter tretinoína
Um dos enganos mais comuns é acreditar que o óleo de rosa mosqueta clareia manchas graças ao ácido trans-retinoico, também conhecido como tretinoína.
“A tretinoína é utilizada em dermatologia para tratar acne, linhas finas e hiperpigmentações — mas sempre em concentrações entre 0,025% e 0,3%. O óleo de Rosa rubiginosa contém apenas 0,357 mg/L, ou seja, cerca de 0,00003%. É uma quantidade muito pequena, incapaz de produzir o efeito clareador do medicamento”, explica Daiana Petry, pesquisadora e autora do livro “Óleos vegetais: Para o cuidado da pele e dos cabelos”.
Além disso, Daiana destaca que o único estudo que menciona esse percentual avalia métodos de extração, não espécies de rosas. O óleo prensado a frio tem aproximadamente sete vezes mais ácido trans-retinoico que o obtido por solvente, mas ainda assim, em níveis muito baixos. Portanto, não há evidência científica que sustente que o óleo de rosa mosqueta deve ser usado à noite ou que clareie manchas por causa da tretinoína.
Mito 2: o óleo é rico em vitamina C
Outro equívoco frequente é acreditar que o óleo de rosa mosqueta é fonte de vitamina C. Na realidade, o ácido ascórbico é hidrossolúvel e se concentra nas cascas e sementes, mas não se mantém no óleo. “Quem deseja vitamina C da planta deve recorrer ao extrato, sempre atento à estabilidade da molécula, que é altamente sensível e exige fornecedores confiáveis”, alerta Daiana.
Verdade 1: o óleo de rosa mosqueta é um aliado da pele
Apesar de alguns mitos, o óleo de rosa mosqueta tem comprovação científica no cuidado dermatológico. Ele é rico em ácidos graxos essenciais — linoleico, linolênico e oleico — que promovem hidratação, reduzem inflamações e até podem ajudar a uniformizar a pele em casos de hiperpigmentação causada pela radiação UV.
Verdade 2: rico em antioxidantes
As frações insaponificáveis do óleo de rosa mosqueta concentram antioxidantes poderosos, como tocoferóis e carotenoides. Entre eles, o beta-caroteno, precursor da vitamina A, confere a tonalidade alaranjada característica do óleo e protege a pele contra danos causados por radicais livres.

Verdade 3: recuperação e cicatrização da pele
Um estudo com 108 pacientes idosos submetidos à remoção de tumores mostrou que aqueles que aplicaram o óleo de rosa mosqueta duas vezes ao dia após a retirada dos pontos tiveram resultados significativamente melhores que o grupo-controle:
- 73% não apresentaram eritema em 12 semanas (contra 50% no grupo sem tratamento)
- 63% não tiveram descoloração (contra 21% no grupo sem tratamento)
- 85% não desenvolveram hipertrofia (contra 62% no grupo sem tratamento)
“Na prática, a aplicação do óleo demonstrou benefícios claros na evolução estética das cicatrizes. Outros estudos também indicam que seu uso em feridas abertas promove cicatrização rápida e segura, inclusive em peles sensíveis”, complementa Daiana.
Como usar o óleo de rosa mosqueta
O óleo de rosa mosqueta pode ser aplicado em todos os tipos de pele, mas pessoas com pele oleosa ou acneica devem moderar o uso. Para áreas ressecadas ou espessas, como joelhos, cotovelos e calcanhares, basta massagear 2 a 3 gotas até a pele ficar macia.
Para cicatrizes, a aplicação deve começar após a retirada dos pontos, duas vezes ao dia (manhã e noite), massageando suavemente a região por 1 a 2 minutos. Essa prática contribui para uma recuperação mais uniforme e saudável.
Resumo: O óleo de rosa mosqueta é um aliado comprovado na hidratação, cicatrização e proteção da pele. Apesar de alguns mitos sobre vitamina C e tretinoína, sua eficácia se deve aos ácidos graxos essenciais e antioxidantes. Seu uso correto promove benefícios visíveis, inclusive em cicatrizes e áreas ressecadas.
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