Você já deve ter reparado que o mercado de beleza brasileiro tem crescido a cada ano, seja nos segmentos de pele, maquiagem, cabelo, unhas e perfumes. Tanto que, o Brasil é o quarto maior mercado de beleza e cuidados pessoais no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, China e Japão, de acordo com o Euromonitor Internacional.
Com isso, o mercado de beleza brasileiro tem expandido algumas marcas tradicionais e vem ganhando marcas jovens e digitais, que têm feito sucesso nas redes sociais e conquistado as prateleiras dos lojistas.
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No entanto, apesar do mercado de beleza brasileiro ser considerado o quarto maior do mundo, existe a crença de que marcas gringas ainda são muito superiores às marcas brasileiras.
Recentemente, no X (antigo Twitter), uma internauta fez a seguinte crítica: “Maquiagem nacional é ruim demais, gente. Essas influencers ganham dinheiro pra falar bem de Ruby Rose, Melu, Vizzela, Bruna Tavares, Mari Maria? Acho tudo tão ruim”, escreveu.
A publicação atingiu quase dois milhões de internautas e gerou um debate nas redes, com direito a pronunciamentos das influenciadoras digitais e empresárias do ramo, Bruna Tavares e Bianca Andrade – as duas têm suas próprias linhas de maquiagem.
Bruna afirmou que sua marca faz estudos globais e usa matérias-primas mundiais. “O que fazemos é customizar para o gosto e pro bolso brasileiro, que é o mais difícil”, explicou.
NO CAMINHO CERTO
À AnaMaria durante o evento de lançamento de haircare da Creamy, nesta semana, Joyce Kitamura, influenciadora e especialista em skincare, citou que o Brasil usa matérias-primas de diversos lugares do mundo e, por isso, não deixa a desejar quando comparado com os produtos gringos.
“A principal coisa que a gente tem que saber é que o Brasil produz pouca matéria-prima quando se trata de cosméticos e medicamentos no geral. Quase tudo vem de fora. É um preconceito e uma falta de informação do público, que sempre fala: ‘ah isso aqui é internacional, é muito melhor’. São de vários laboratórios, de vários fabricantes do mundo inteiro. Tem coisa que é da Suíça, da Inglaterra, da Itália, países que realmente são fortes na produção de matéria-prima cosmética e medicamentosa”, afirmou.
Para ela, o Brasil apenas deixa a desejar em um quesito: a tecnologia. “Várias marcas nacionais começaram a se empenhar mais. Era o mesmo shampoo, o mesmo condicionador, a mesma máscara, o mesmo hidratante de ácido hialurônico, a mesma vitamina C. Só mudava a embalagem. Vejam hoje, várias grandes marcas lançando ácidos, esfoliantes, coisa que nunca faziam. Acho que estamos no caminho certo, melhorando cada vez mais. Inclusive, estamos até inspirando algumas marcas de fora. Existe muito investimento em formulação, coisa que não faziam”, avaliou.
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Para a influenciadora e especialista em beleza Karen Bachini, o mercado de beleza brasileiro está avançando quando comparado com o mercado gringo, uma vez que produz para um público miscigenado.
“As marcas brasileiras estão cada vez mais dando um passo à frente nas marcas gringas. Aqui no Brasil, a gente tem uma miscigenação enorme. Temos a japonesa, a chinesa, a indígena, todo mundo. As marcas no Brasil precisam chegar a uma tecnologia que se adapte a todos os tipos de fios, a todos os tipos de pele”, disse também à AnaMaria.
Ela, inclusive, destacou que sempre indica produtos nacionais para seus seguidores, uma vez que acredita serem pensados para o público ter a melhor experiência no Brasil. “Por exemplo, se você compra uma base gringa, ela não vai durar no calor do Brasil. É a mesma coisa com cabelo e outros segmentos. É isso que a gente quer, produtos que funcionem para o máximo de pessoas possíveis”, explicou.
Tamanha miscigenação do povo brasileiro virou laboratório para a L’Oréal, marca francesa voltada para pele e cabelo. De acordo com o CEO Marcelo Zimet, o Brasil oferece oportunidades no desenvolvimento de produtos que podem ser extrapolados para outras nações.
Criar uma marca com produtos democráticos foi o principal objetivo de Eliana Dalla Vecchia, dona da Dalla, uma marca de maquiagens brasileira, que visa atingir diferentes públicos.
“Não é uma marca nichada, não tem estereótipos. A gente tem muito cuidado. Manter um preço acessível, com qualidade, num país em que as coisas são difíceis, é justo. Não é porque o negócio é barato que ele não vai ser bom. As vezes temos fórmulas melhores do que outras marcas que cobram três vezes o produto. É muito difícil, enquanto consumidora, comprar um produto com o preço alto e não conseguir usar porque não é bom. Tem que ter o estilo que a gente precisa: ser bom e com um preço acessível”, afirmou recentemente à AnaMaria.
NÃO SÓ PRODUTOS
Além dos produtos, Karen também avalia que o mercado de beleza brasileiro tem potencial para exportar mão de obra, como cabeleireiros e maquiadores.
“As cabeleireiras brasileiras são muito valorizadas lá fora porque sabem trabalhar com diversos tipos de fio. A gente tem que dar palmas para o Brasil, que tá crescendo cada vez mais nesse mercado. Estão investindo mais em tecnologia”, afirmou.
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