Já pensou em transformar os cuidados com a pele em um ritual de bem-estar? Essa é a proposta do skincare coreano, ou K-beauty, como ficou conhecido e famoso nas redes. Com uma rotina baseada na prevenção e no uso de camadas leves de hidratação, essa abordagem conquistou mulheres do mundo todo, inclusive, as brasileiras.
Mais do que um conjunto de produtos, a beleza coreana é guiada por uma filosofia que prioriza a saúde da pele no longo prazo. Isso significa cuidar todos os dias e não apenas quando os problemas aparecem. Para isso, ela propõe uma sequência de etapas que limpam, tratam, hidratam e protegem o rosto de forma gentil e eficaz.
Menos cobertura, mais pele
“A pele perfeita é parte do look. No estilo coreano, a maquiagem é quase sempre leve e translúcida, então, a saúde da pele é a grande protagonista”, explica Jimmy Lee, diretor da SISI Cosméticos, marca de cosméticos coreanos. Segundo ele, essa valorização da pele natural muda a forma como as mulheres consomem beleza.
A proposta não é cobrir imperfeições, mas, sim, conquistar uma pele viçosa, uniforme e luminosa com cuidados constantes. O conceito que continua conquistando o mundo desde meados de 2010, década em que o K-beauty explodiu pela primeira vez, impulsionado por artistas do K-pop e K-dramas, reflete no mercado: de acordo com o Ministério de Segurança Alimentar e Medicamentos da Coreia do Sul, as exportações de cosméticos do país cresceram 20% em um ano, ultrapassando os US$ 10 bilhões.
Já segundo a Straits Research, o mercado global de K-beauty foi avaliado em mais de US$ 12,5 bilhões, com previsão de crescimento anual composto (CAGR) de 8,43% até 2032.
Etapas para uma ‘pele de vidro’
A rotina tradicional coreana pode ter de 7 a 12 passos, todos focados em construir uma pele equilibrada e luminosa, com efeito “glass skin” (ou pele de vidro). Segundo a dermatologista Renata Castilho, o passo a passo mais comum inclui:
- Óleo de limpeza (remove maquiagem e impurezas oleosas);
- Gel de limpeza (elimina sujeiras à base de água);
- Esfoliação suave (de uma a 2 vezes por semana);
- Tônico hidratante ou calmante;
- Essência (hidrata profundamente);
- Sérum (com ativos como ácido hialurônico ou niacinamida);
- Máscara facial (opcional);
- Hidratante;
- Protetor solar (de dia) ou creme noturno (de noite).
Apesar de conhecida como uma rotina longa, ela pode ser adaptada de acordo com o tipo de pele e o tempo disponível. A dermatologista reforça que as etapas mais importantes para todas as peles são: limpeza adequada, hidratação e proteção solar. Já produtos como esfoliantes, essências e máscaras podem ser usados de forma complementar.
Nessa mesma lógica, o skincare coreano tem dado início a uma nova onda ao redor do mundo após quase 10 anos de sua explosão global. Agora, voltado às tendências globais, a beleza coreana tem dado prioridade a rituais mais minimalistas e enxutos, graças a novos tipos de produtos e tecnologia.
Adaptação à rotina brasileira
Aqui no Brasil, marcas como a Océane, sites como Beleza na Web e até varejistas físicos como a perfumaria Soneda, que conta com uma categoria dedicada aos produtos asiáticos, ajudaram a popularizar o K-beauty com um olhar prático e tropicalizado.
“Quando decidimos trazer o skincare coreano para o Brasil, a ideia era manter todas as etapas. Mas entendemos que a brasileira busca praticidade e produtos que se encaixem na rotina e no clima daqui”, conta Michel Chehaibar, CEO e fundador da Océane.
A solução foi manter os pilares mais importantes, como a limpeza e a hidratação, além de apostar em produtos multifuncionais. “Também trouxemos outros hábitos que ajudam a potencializar os resultados dos produtos, como o uso de massageadores, mini geladeiras e ferramentas para estimular a circulação e melhorar a absorção dos ativos. São esses rituais que transformam o skincare em uma experiência”, continua o executivo.
Parte do sucesso do skincare coreano está também na experiência sensorial: texturas leves, aromas suaves e embalagens elegantes transformam o cuidado com a pele em um momento de prazer e autoestima. E com a influência crescente nas redes sociais – só no TikTok, a hashtag #koreanskincare soma mais de um milhão de vídeos publicados – essa filosofia de beleza conquistou espaço na rotina das brasileiras.
Com um portfólio inteiro fabricado na Coreia do Sul, a Océane não teve problemas quando o boom do skincare começou. “A gente trouxe esse conceito durante a pandemia, então, quando as pessoas passaram a falar mais sobre bem-estar, autocuidado e rotina de beleza, a gente já tinha tudo para oferecer”, ele completa.
Observe as necessidades da sua pele
Apesar dos benefícios, a dermatologista Renata Castilho alerta que cada pele tem necessidades únicas, e seguir tendências das redes sociais sem orientação pode trazer riscos. “Pele não é tendência, é biologia individual. O que funciona para uma pessoa pode não servir para outra”, explica.
Entre os erros mais comuns estão a mistura de ativos irritantes, uso excessivo de esfoliantes e a aplicação de produtos oclusivos em peles oleosas, o que pode causar acne ou sensibilidade. O ideal é começar com poucos produtos, observar a resposta da pele e, sempre que possível, buscar orientação dermatológica.
A matéria acima foi produzida para a revista AnaMaria Digital (13 de junho). Se interessou? Baixe agora mesmo seu exemplar da Revista AnaMaria nas bancas digitais: Bancah, Bebanca, Bookplay, Claro Banca, Clube de Revistas, GoRead, Hube, Oi Revistas, Revistarias, Ubook, UOL Leia+, além da Loja Kindle, da Amazon. Estamos também em bancas internacionais, como Magzter e PressReader.
Resumo: O skincare coreano, também conhecido como K-beauty, vai além da estética e propõe uma rotina de cuidados com foco na saúde da pele e bem-estar. Com várias etapas adaptáveis, ele conquistou brasileiras que buscam praticidade e resultados duradouros. A tendência ganhou força nas redes sociais e impulsionou o mercado de beleza com produtos multifuncionais e experiências sensoriais.
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