A Anvisa anunciou, na última quarta-feira (29), a proibição do uso das substâncias TPO e DMPT em produtos cosméticos, de higiene pessoal e perfumes. A decisão, que já começa a valer, foi motivada por estudos internacionais que apontaram riscos dessas substâncias para a fertilidade e possíveis efeitos cancerígenos.
Esses componentes costumam estar presentes em produtos de esmaltação em gel, especialmente nos que exigem a cura sob luz ultravioleta (UV) ou LED. Com a nova resolução, o Brasil se alinha aos padrões da União Europeia, que também retirou o TPO e o DMPT das fórmulas cosméticas recentemente.
Mas afinal, o que isso significa para os salões de beleza e para quem não abre mão das unhas em gel?
O que muda para profissionais e clientes?
De acordo com a empresária e mentora de beleza Grazielle Matos, o momento pede informação e tranquilidade. “Na prática, essa decisão não deve ser vista como um alerta vermelho, mas como um movimento preventivo da Anvisa”, explica em entrevista à AnaMaria.
Segundo Grazielle, os estudos que embasaram a decisão foram feitos em animais, e não há casos clínicos em humanos relacionados ao uso profissional de géis de unha. “As pesquisas usaram administração oral em ratos, o que difere da aplicação tópica feita nos salões. Até agora, não há comprovação científica de danos pelo uso correto desses produtos”, esclarece.
Mesmo assim, o setor da beleza já está se movimentando para se adequar à nova regra. A Anvisa determinou que a fabricação e importação de produtos com TPO e DMPT estão proibidas imediatamente, e que o prazo para comercialização é de 90 dias. Após esse período, as empresas deverão recolher os produtos restantes no mercado.

Como identificar produtos seguros?
Para as profissionais que trabalham com esmaltação em gel, o primeiro passo é não entrar em pânico. O prazo de 90 dias foi justamente criado para garantir uma transição organizada.
“Basta olhar o rótulo. O TPO pode aparecer como Trimethylbenzoyl Diphenylphosphine Oxide. O importante é adquirir produtos de marcas sérias, que têm suporte técnico e seguem as boas práticas sanitárias”, orienta Grazielle.
Ela reforça que o mercado já está em adaptação. “As marcas comprometidas estão reformulando suas linhas, substituindo os ingredientes de forma segura, sem perder a performance e a durabilidade que as clientes tanto gostam”, afirma.
Alternativas seguras para manter a durabilidade do gel
A boa notícia é que o gel em si não foi proibido — apenas certas substâncias usadas na sua formulação. Ou seja, é perfeitamente possível continuar com a esmaltação em gel, desde que os produtos sigam as novas diretrizes.
“Existem diversos fotoiniciadores capazes de substituir o TPO e o DMPT sem comprometer o brilho nem a resistência do acabamento”, explica Grazielle. A indústria da beleza é uma das que mais investe em tecnologia, e novas soluções estão surgindo rapidamente.
Para a cliente que ama a praticidade das unhas em gel, o segredo é buscar profissionais que usem produtos certificados, com procedência e rótulos atualizados. Assim, dá para manter o visual impecável e cuidar da saúde ao mesmo tempo.

Impactos e oportunidades para o setor de beleza
A resolução da Anvisa trouxe um desafio técnico para as marcas, mas também abriu espaço para inovação. Grazielle avalia que o curto prazo de 90 dias exige agilidade das empresas, mas acredita que o setor sairá fortalecido.
“Na Europa, esse tipo de restrição foi anunciado com antecedência, permitindo uma adaptação mais lenta. Aqui, a mudança veio de forma mais rápida, o que exige planejamento técnico e responsabilidade”, comenta.
Ela acredita que essa nova fase pode ser positiva: “As marcas que tratam essa transição com seriedade vão se destacar. É um divisor de águas que eleva o padrão de segurança e profissionalismo da beleza brasileira”, afirma a especialista.
Como essa mudança afeta você
Para quem faz esmaltação em gel regularmente, não há motivo para alarde. O importante é optar por salões e marcas confiáveis, que sigam as determinações da Anvisa. Se você tiver dúvidas sobre o produto, pergunte à profissional sobre as novas fórmulas — e evite comprar esmaltes ou kits de procedência duvidosa.
Essa é também uma oportunidade de valorizar profissionais que investem em qualidade e atualização constante. Afinal, cuidar da beleza deve ser sinônimo de bem-estar e segurança.
Resumo:
A decisão da Anvisa de proibir o TPO e o DMPT reflete um movimento global de proteção à saúde. Para quem trabalha ou usa esmaltação em gel, o momento é de adaptação e informação — não de pânico. As marcas responsáveis já estão reformulando suas linhas, garantindo produtos mais seguros, modernos e eficazes.
Leia também:
Esmalte amassado? Veja o que fazer para evitar
			







