O Fator de Proteção Solar (FPS) indica apenas a proteção contra os raios UVB, responsáveis pelas queimaduras. No entanto, uma proteção completa exige atenção ao spectro de proteção UVA, identificado pelo símbolo de um círculo ao redor da palavra UVA ou pela sigla PPD. Um bom protetor deve oferecer proteção equilibrada, sendo que o PPD deve corresponder a, no mínimo, um terço do valor do FPS. Além disso, a textura do produto é fundamental para a adesão à rotina, pois deve ser agradável ao toque e compatível com o tipo de pele.
Como identificar as necessidades específicas da sua pele?
A primeira etapa é uma autoavaliação simples. Peles oleosas e acneicas se beneficiam de veículos leves, como gel-creme, fluidos ou sérum com toque seco e efeito mate, muitas vezes com o termo “oil-free” no rótulo. Peles secas e maduras necessitam de texturas mais cremosas e nutritivas, que oferecem hidratação adicional, como cremes ou loções com ácido hialurônico ou ceramidas.
Para peles sensíveis e com tendência a rosácea, a regra é buscar fórmulas minimais, ou minimalist, livres de fragrâncias e álcool, com ativos calmantes como a bisabolol ou a niacinamida. Pessoas com melasma ou tendência a manchas devem priorizar protetores com cor de base física, que oferecem uma barreira extra contra a luz visível.

Quais são as diferenças entre filtros químicos e físicos?
Os filtros químicos ou orgânicos funcionam como uma esponja que absorve a radiação UV e a transforma em calor. Tendem a ser mais leves e invisíveis na pele, mas podem causar sensibilização em peles mais reativas. Já os filtros físicos ou inorgânicos (como Dióxido de Titânio e Óxido de Zinco) atuam como um espelho, refletindo a radiação.
São considerados mais seguros para peles sensíveis, infantis e grávidas, mas as formulações modernas praticamente eliminaram o temido efeito white cast. Muitos protetores do mercado hoje são híbridos, combinando ambas as tecnologias para obter um espectro de proteção amplo com alta cosmética.
Qual a importância da fotoproteção oral e dos ativos antioxidantes?
A fotoproteção tópica pode e deve ser potencializada. O uso de suplementos orais com ativos como Polypodium leucotomos (conhecido como fotoproteção oral), licopeno e vitaminas C e E ajuda a aumentar a resistência da pele aos danos oxidativos causados pelo sol, agindo de dentro para fora. Na rotina tópica, aplicar um antioxidante potente, como a vitamina C pura, antes do protetor solar, cria uma dupla blindagem.
Esse combo neutraliza os radicais livres gerados pela radiação e pela poluição, prevenindo o envelhecimento acelerado e potencializando a eficácia do filtro. É um passo celebrado por dermatologistas em clínicas de referência no Brasil, como as localizadas nos bairros de Jardins, em São Paulo, e Leblon, no Rio de Janeiro.
Quais são os erros mais comuns na aplicação e reaplicação?
O principal erro é a quantidade insuficiente. Para o rosto, a medida correta é uma colher de chá cheia. Para o corpo, recomenda-se o equivalente a um copo de shot. Outro equívoco é não reaplicar. O filtro solar deve ser reaplicado a cada duas horas em exposição direta e contínua, e imediatamente após suar excessivamente ou entrar na água, mesmo que o produto seja resistente à água.
Ignorar áreas como orelhas, nuca, pés, mãos e o contorno dos lábios também é frequente. Por fim, achar que está protegido em dias nublados ou dentro de casa é um mito perigoso: a radiação UVA atravessa vidros e nuvens e está presente o ano todo.
Como adaptar a escolha às diferentes atividades do dia a dia?
O estilo de vida dita o produto ideal. Para o dia a dia urbano, um protetor facial com FPS 30 ou superior, de amplo espectro e que possa servir de base para a maquiagem é suficiente. Para a prática de esportes ao ar livre ou dias na praia/piscina, opte por produtos com tecnologia muito resistente à água e FPS mais elevado (50 ou 60), em formato spray ou bastão para facilitar a reaplicação sobre o suor.
O vídeo abaixo retirado do perfil de Instagram @dermagebrasil, mostra algumas diferenças nos protetores solares que são essenciais você saber antes de aplicá-los em sua pele. Isso traz uma garantia de maior eficácia e melhor escolha em seu produto.
O que a ciência diz sobre a proteção solar do futuro?
A dermatologia avança para uma visão mais holística. Pesquisas apontam para a importância de proteger a pele também da luz visível (emitida por telas e sol) e da luz infravermelha, que contribuem para o estresse oxidativo. Isso impulsiona fórmulas com ativos reparadores de DNA, como a enzima fotoliase, e antioxidantes ainda mais potentes.
Além disso, a tendência é a maior personalização, com produtos desenvolvidos não apenas para um tipo de pele, mas para biotipos e genéticas específicas, um conceito já explorado em centros avançados na Europa e nos Estados Unidos. A premissa é clara: o protetor solar ideal será aquele que se integrará perfeitamente à sua rotina e às suas necessidades biológicas únicas.
Como transformar a fotoproteção em um hábito natural?
Incorporar o protetor solar à rotina é um ato de cuidado contínuo consigo mesmo. Mais do que um passo da skincare, é um pilar da saúde preventiva. Quando você entende como escolher o protetor solar correto para seu tipo de pele, a aplicação diária deixa de ser uma obrigação e se torna um gesto de autocuidado tão natural quanto escovar os dentes.
O resultado vai além de uma pele saudável no presente; é um investimento na qualidade da sua pele para as próximas décadas. A sombra mais importante que você pode usar não é a do chapéu, mas a sombra inteligente proporcionada por um filtro solar bem escolhido e diligentemente aplicado.








