Você provavelmente já escutou a expressão “cabelo ruim”. Ela costuma ser usada quando o assunto são os fios crespos ou cacheados. Mas, afinal, de onde vem essa ideia? De acordo com Renato Brigati, professor de história do canal Superdidático, ela tem origens bem antigas. “O tipo de cabelo que se distancia do padrão liso, de origem europeia, é estigmatizado. Trata-se de uma forma de racismo, como se o cacheado de origem africana fosse fora do padrão ou inferior”, explica. Por esses e outros motivos, a youtuber Rayza Nicácio, 21 anos, defende a ideia de que cada um tem seu estilo e deve respeitá-lo. E ela fala por experiência própria.
Fazia escova e chapinha nos fios quando era mais nova; passava bastante gel e creme na raiz, para abaixar o volume a todo custo. Até que um dia decidiu deixar os cabelos livres. Foi experimentando novas técnicas e aprendendo a lidar com sua versão natural. Resultado? Sua forma de enxergar as próprias madeixas mudou completamente. Hoje, para Rayza, quanto mais cheio melhor! Infelizmente, apesar de sua autoestima estar lá em cima, ainda tem gente que não respeita sua decisão. “Se vou a um lugar elegante, algumas pessoas começam a me olhar torto por conta do cabelo”, ela conta. Quer assumir a versão dos seus fios? Veja as dicas da youtuber!
1 Respeite o seu tempo
A decisão de assumir a estrutura original do seu cabelo deve atender a uma vontade sua, nunca a pressões alheias. Também vale se for uma questão de saúde, tipo couro cabeludo machucado ou fios muito judiados por química. O importante é que seja um processo de dentro para fora e que você esteja segura da transição e ciente de que, às vezes, o costume com os fios lisos é tão grande que fica difícil desapegar deles.
2 Não dê ouvidos ao que dizem
Desde pequenas as crianças estão acostumadas a escutar que alguns tipos de cabelos são melhores do que outros. Que os cabelos
crespos ou cacheados são mais difíceis de cuidar, que eles precisam ser “domados”. E o pior: que algumas pessoas combinam com esse tipo de fio e outras não. Mas pense bem: como uma pessoa pode não combinar com uma característica de nascença? Por isso, assumir sua natureza raramente dá errado. Esqueça a opinião dos demais e foque no seu bem-estar!
3 Lembre-se dos riscos das químicas
Quanto mais crespo o cabelo, menos natural o resultado do alisamento tende a ficar. Você fica com uma cara de que o cabelo não é seu… Quem opta por essas técnicas também precisa estar ciente dos danos que elas podem causar. A saúde dos fios pode ser
comprometida, a rotina de cuidados é diferente… E como o processo todo precisa ser feito nas mãos de profissionais de confiança,
ainda se gasta uma grana!
4 Foque nas vantagens do fio natural
Ir à praia sem se preocupar com a chapinha, entrar na piscina sem medo, não gastar dinheiro no salão para retocar a progressiva… Esses são apenas alguns dos benefícios de usar os fios como eles são!
5 Estou decidida, mas tenho alisamento. E agora?
Se a estrutura dos seus fios foi modificada com química, pode ser um pouco mais complicado retomar a textura natural. Daí esse período receber o nome de “transição capilar”. Há duas formas de passar por ele: esperar crescer ou cortar bem curtinho, para retirar toda a parte alisada. Seja qual for a sua opção, tenha bastante determinação. Pesquise sobre o assunto, assista a vídeos na internet de moças que já passaram pela mesma situação. E de novo: não se importe com as críticas das pessoas à sua volta. O processo fica mais fácil se você tiver alguém com quem contar, como sua mãe, uma amiga, um namorado…
6 Como cuidar do fio natural?
Mesmo entre os cabelos crespos existem diferenças de estilo. Alguns são mais abertos, outros mais fechados… E por isso demandam cuidados diferentes. Mas o creme para pentear é um dos produtos fundamentais para quem tem esse formato de fio, pois ajuda a modelar na finalização. Por causa da secura, um óleo também pode ajudar a deixá-lo mais hidratado. Outro fator essencial é o corte – aquele em camadas costuma ser uma boa opção. Já tentou usá-lo?