Com o passar dos anos, é natural que a pele vá perdendo firmeza, elasticidade e viço. Isso acontece porque, a partir dos 25 anos, nosso corpo reduz a produção de colágeno, proteína essencial para a sustentação da pele. É aí que começa a corrida por alternativas que ajudem a manter o rosto e o corpo com aparência jovem. Entre os tratamentos mais modernos e promissores da dermatologia estética estão os bioestimuladores de colágeno, que vêm ganhando espaço justamente por estimular a produção natural dessa substância tão importante para a nossa pele.
A seguir, AnaMaria explica tudo sobre esse procedimento com a ajuda das dermatologistas Byane Leão, da clínica Laprat, e Carolina de Freitas, do Grupo Bussade Health.
O que são bioestimuladores de colágeno?
Diferentemente dos preenchedores tradicionais, os bioestimuladores não agem apenas “repondo volume”, mas estimulam o próprio corpo a produzir colágeno por meio da ativação dos fibroblastos, células responsáveis por essa proteína. Com isso, promovem uma melhora progressiva e duradoura na qualidade da pele, além de ajudarem a reposicionar tecidos e redefinir os contornos faciais.
“Diferente de preenchedores, que oferecem resultados imediatos, os bioestimuladores atuam de forma inteligente, estimulando o próprio organismo a produzir colágeno”, explica Byane.
Segundo Carolina de Freitas, os efeitos começam a ser percebidos entre 60 e 90 dias após a aplicação e podem durar até dois anos, dependendo do produto usado e das características do paciente.
Quais são os tipos de bioestimuladores de colágeno?
No Brasil, os principais bioestimuladores aprovados pela Anvisa são:
- Ácido Poli-L-Láctico (PLLA): indicado para face, pescoço e áreas corporais como braços e abdômen. Estimula colágeno tipo I e III e requer diluição e massagem após o procedimento. Promove firmeza e melhora na flacidez da pele;
- Hidroxiapatita de Cálcio (CaHA): além de estimular colágeno, tem leve efeito lifting e é usado na face e dorso das mãos. As microesferas de CaHA ativam fibroblastos e também têm efeito lifting imediato por conta do gel carreador;
- Policaprolactona (PCL): tem efeito volumizador leve e duração variável (de 1 a 4 anos). É um bioestimulador com perfil de durabilidade variável conforme a versão;
- Fios de PDO (polidioxanona): inseridos na pele, provocam resposta inflamatória controlada que estimula o colágeno. Durante o processo natural de degradação dos fios, há estímulo à produção de colágeno ao redor deles;
- Ácido Hialurônico com efeito bioestimulador: diferente dos preenchedores tradicionais, atua na remodelação tecidual e é indicado para peles mais finas e desidratadas. Excelente para peles mais finas, desidratadas ou com sinais iniciais de flacidez.

Como escolher o bioestimulador ideal?
A escolha do produto ideal depende de vários fatores, como tipo e espessura da pele, grau de flacidez, idade do paciente e objetivo do tratamento. De acordo com Byane Leão, a escolha do bioestimulador ideal deve ser feita com base em três pilares principais: biotipo de pele, grau de flacidez e objetivo do tratamento.
“A quantidade de produto usada também depende do tipo de pele, dos hábitos de vida do paciente, da idade e do local a ser aplicado”, reforça Carolina de Freitas.
Para quem os bioestimuladores são indicados?
As especialistas destacam que a avaliação da qualidade da pele é mais relevante do que a idade cronológica. No geral, o tratamento pode ser iniciado a partir dos 25 a 30 anos, especialmente para quem deseja prevenir os sinais do envelhecimento e manter o “banco de colágeno” em dia.
“Hoje a idade biológica é diferente da idade cronológica. Por isso, a avaliação da qualidade da pele é mais importante do que a idade em si”, afirma Byane.
Por outro lado, existem algumas contraindicações importantes, como: gestantes e lactantes, doenças autoimunes ativas ou descompensadas, infecção no local da aplicação e histórico de alergia aos componentes do produto.
Bioestimuladores de colágeno x preenchimento com ácido hialurônico
Enquanto os bioestimuladores têm ação progressiva e natural ao ativar a produção de colágeno, o ácido hialurônico tem efeito imediato, sendo utilizado para preencher, volumizar e contornar áreas específicas, como lábios, olheiras e mandíbula.
“Os bioestimuladores agem de forma gradual estimulando a neocolagênese, enquanto o ácido hialurônico devolve volume e hidratação”, explica Byane. “Em muitos pacientes, a associação dos dois produtos, quando bem feita e indicada, promove um resultado duradouro e natural”, observa Carolina.
Qual é o valor médio de cada sessão e quantas sessões são necessárias?
Os preços variam bastante, conforme o tipo de bioestimulador e a área a ser tratada. Em média:
- Ácido polilático: R$ 2.500 a R$ 3.500 por sessão (2 a 3 sessões);
- Hidroxiapatita de cálcio: R$ 2.800 a R$ 4.000 (1 a 3 sessões);
- Policaprolactona: R$ 3.500 a R$ 6.000 (geralmente dose única);
- Bioremodeladores: R$ 2.500 a R$ 3.000 por aplicação (2 sessões com intervalo de 30 dias)
“O custo pode variar de acordo com diversos fatores, e o número de sessões vai depender do grau de flacidez da pele e da resposta individual de cada paciente”, explica Byane.

Como escolher o profissional responsável pelo procedimento?
Por se tratar de uma técnica injetável, com necessidade de conhecimento anatômico detalhado e domínio técnico, somente médicos, preferencialmente dermatologistas ou cirurgiões plásticos, devem realizar o procedimento.
Isso porque, segundo Byane, a aplicação de bioestimuladores de colágeno é um procedimento médico, minimamente invasivo, que exige conhecimento profundo da anatomia facial e corporal, domínio técnico e senso estético apurado.
“A escolha correta do produto, a técnica de aplicação e o manejo de possíveis complicações estão diretamente relacionados à experiência do profissional”, complementa Carolina.
Após as aplicações, como deve ser a recuperação?
A recuperação costuma ser tranquila. O retorno às atividades diárias é praticamente imediato, mas é recomendado:
- Evitar exercícios físicos por 24 a 48 horas;
- Evitar exposição solar;
- Realizar massagens na área aplicada, quando indicado;
- Suspender o uso de anti-inflamatórios (se não for essencial);
- Manter-se hidratada.
É possível ter reações?
Sim. Como todo procedimento injetável, pode haver alguns efeitos temporários, como:
- Edema leve (inchaço) nas primeiras 24 a 72 horas;
- Sensibilidade ao toque ou dor leve;
- Hematomas (roxos) nos pontos de entrada da agulha ou cânula.
Resumo: Os bioestimuladores de colágeno são procedimentos que estimulam a produção natural da proteína responsável pela firmeza e elasticidade da pele, ajudando a suavizar flacidez e redefinir contornos. Diferentes dos preenchedores, eles oferecem resultados progressivos e duradouros, podendo ser indicados a partir dos 25 anos.
A matéria acima foi produzida para a revista AnaMaria Digital (1º de agosto). Se interessou? Baixe agora mesmo seu exemplar da Revista AnaMaria nas bancas digitais: Bancah, Bebanca, Bookplay, Claro Banca, Clube de Revistas, GoRead, Hube, Oi Revistas, Revistarias, Ubook, UOL Leia+, além da Loja Kindle, da Amazon. Estamos também em bancas internacionais, como Magzter e PressReader.
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