O Dia Mundial da Menopausa é celebrado em 18 de outubro para conscientizar a população sobre a menopausa e o climatério. O objetivo da data é informar, prestar apoio e promover cuidado à saúde e ao bem-estar das mulheres numa das fases mais importantes da vida delas. Afinal, é possível ser feliz na menopausa? Para responder à essa pergunta, consultamos a psicóloga Dra. Vanessa Abdo, que também desmistifica o tema, fala sobre os sintomas e dá orientações importantes que auxiliam no tratamento da menopausa.
Pode se dizer que a mulher está na menopausa quando ela completa um ano sem menstruar. Esse acontecimento, que marca o fim da fase reprodutiva do corpo feminino, acontece entre os 45 e 55 anos. Quando a menopausa acontece antes dos 40 anos, é denominada “menopausa precoce”, o que pode aumentar o risco de doenças cardiovasculares como infarto e derrame e osteoporose. Por isso, é indicado que se tenha um acompanhamento.
“A menopausa é uma etapa da vida da mulher que indica o fim de um ciclo que tem aspectos biológicos e psicológicos. É importante a gente tratar a mulher como um ser complexo e multifacetado que precisa ser olhado de forma multidisciplinar. Isso requer um acompanhamento de ginecologista, endocrinologista e até mesmo de um psicólogo para garantir que essa fase seja ultrapassada de uma forma menos dolorida”, afirma a psicóloga Dra. Vanessa Abdo.
O climatério, também chamado de perimenopausa, começa alguns anos antes da menopausa e vai até alguns anos após a sua ocorrência, sendo marcado em particular pela queda dos hormônios estrogênio e progesterona.
“É possível ser feliz na menopausa. Acho importante não ‘demonizar’ essa fase, mas também não podemos ‘romantizá-la’ por completo. Temos que ter equilíbrio. Infelizmente, por conta do etarismo, é um período da vida em que a mulher vai ser vista como velha, inútil, descartável, uma vez que é uma fase que está atrelada à reprodução e a procriação da mulher. Mas, no geral, é um período no qual ela consegue lidar com os seus próprios interesses. Ela não precisa mais se preocupar em casar ou construir uma carreira. Porque é uma fase que, no geral, as famílias já estão constituídas e as carreiras consolidadas. Não é preciso mais gastar energia com esses assuntos. Pode ser um momento de muito potencial criativo, de autoconhecimento, de fazer alguma coisa que é do seu interesse”, diz a psicoterapeuta.
A psicóloga Dra. Vanessa Abdo alerta ainda para a necessidade de se avaliar a complexidade da saúde da mulher tanto pelos impactos físicos quanto emocionais.
“Algumas vezes, os hormônios estão muito ruins e as mulheres estão funcionando bem, ou ao contrário. É muito comum mulheres acima de 40 anos voltarem no consultório dizendo:
‘A minha médica falou que os meus hormônios estão ótimos’, e você vê uma mulher sem libido, apática, muito cansada, sem conseguir dormir, com insônia, cabelo caindo etc.
Então, clinicamente a gente também consegue reconhecer. Será que não está faltando olhar tanto do ponto de vista hormonal quanto do ponto de vista social, que mulher é essa e o que ela pode entregar para ressignificar esse período?”, questiona.
Entre os sintomas causados pela menopausa, estão: baixa libido, insônia, variação de humor, irritabilidade, dores de cabeça, irregularidade menstrual, secura vaginal, fogachos (calores). As mulheres ainda podem apresentar episódios de sangramento que tendem a ser irregulares e inconstantes. Algumas menstruam várias vezes no mês ou, às vezes, a cada dois, três meses ou até mais.
O tratamento se baseia inicialmente em uma dieta saudável, prática de atividade física regular e suspensão do tabagismo, em caso de fumantes. A terapia hormonal também é uma alternativa para o tratamento dos sintomas da menopausa. “Acredito que também precisamos ressignificar os padrões de beleza. Os debates sobre representatividade de corpos femininos têm crescido muito nos últimos anos e ajudado a transformar esse cenário que antes era visto como o fim da vida da mulher. As mulheres têm tido um novo olhar para a menopausa e, para mim, sem sombra de dúvidas isso é resultado do maior adesão delas ao autocuidado, principalmente com a saúde mental”, conclui a psicóloga Dra. Vanessa Abdo.
DRA. VANESSA ABDO
A psicóloga Dra. Vanessa Abdo Benaderet é especialista em “desatar nós” seja no casamento, nas relações entre pais e filhos ou no trabalho. Com doutorado e mestrado em Psicologia Social pela PUC/SP, também é professora universitária, já tendo ministrado aulas de Psicologia Jurídica, Responsabilidade Social, Marketing, Psicologia Geral e Social.
É CEO do “Mamis Na Madrugada”, psicóloga do programa “New Faces” do canal “E!”, embaixadora da revista “Pais&Filhos” e do podcast “CONEXÃODASMULHERES” e também faz parte do “JUNTOS Educação Parental”, além de ser autora do livro infantil “As aventuras de Neneta em seu balão encantado”. Natural de São Paulo (SP), é casada há quase 20, é mãe da Laura, 14, e do Rafael, 12, e tem a Aurora, uma cachorrinha que foi resgatada por maus tratos dentro de um lixão. Com 45 anos, conhece mais de 50 países e une a sua curiosidade de explorar o mundo ao de conhecer diferentes pessoas e culturas por meio da psicologia.
@vanessaabdo
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