A atriz Nicette Bruno, de 87 anos, morreu neste domingo (20), após complicações da covid-19. A atriz foi internada na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) em 29 de novembro, no Rio de Janeiro, depois de testar positivo para o vírus, contraído durante uma reunião familiar.
“Nós moramos no mesmo condomínio. Mamãe tem a casa dela e eu a minha. Estou sempre com ela, somos muito ligadas, fazemos aulas juntas. E ela ficou nesses 10 meses totalmente protegida, numa redoma. Mas às vezes acontecem coisas que saem do controle. Semana passada, ela recebeu a visita de um parente, que não sabia estar infectado e, infelizmente, transmitiu o vírus para ela”, explicou Beth Goulart, filha da atriz, assim que ela foi para o hospital.
Nas semanas que precederam sua morte, Bruno foi sedada, dependia da ventilação mecânica para respirar e realizou hemodiálise, tratamento que consiste na remoção do líquido e substâncias tóxicas do sangue. Apesar da medida ter tido algum efeito, seu estado continuou grave.
FAMÍLIA
Nascida no dia 07 de janeiro de 1933 em Niterói, no Rio de Janeiro, Nicette Xavier Miessa iniciou a carreira artística aos 4 anos de idade, na Rádio Guanabara, no programa infantil de Alberto Manes.
Aos 9, ingressou no grupo de teatro da Associação Cristã de Moços. Com 14, já era profissional, contratada pela Companhia Dulcina-Odilon, da atriz Dulcina de Morais. Na companhia, estreou na peça ‘A Filha de Iório’ (1954), de Gabriele D’Annunzio. Sua atuação como Ornela lhe valeu a medalha de ouro de Atriz Revelação pela Associação Brasileira de Críticos Teatrais.
Foi no teatro que uma Nicette de 19 anos conheceu seu futuro marido, Paulo Goulart (1933 – 2014). Da união, oficializada em fevereiro 1954, nasceram três filhos: os atores Paulo Goulart Filho, Bárbara Bruno e Beth Goulart. O ator faleceu em 2014, prestes a completar 60 anos de casado.
CARREIRA
Na TV, a atriz estreou na TV Tupi com o teleteatro ‘A Corda’ (1952), de Cassiano Gabus Mendes. A primeira adaptação de ‘Sítio do Picapau Amarelo’, que ficou 10 anos no ar, também teve a participação de Nicette. A artista saudou ‘Os Fantoches’ (1967), de Ivani Ribeiro, com grande performance em sua primeira novela.
Entretanto, seu primeiro contato com a Globo foi em 1981 em ‘Obrigado, Doutor’. Por lá, seguiu destaque em ‘Sétimo Sentido’ (1982), ‘Louco Amor’ (1983) e ‘Selva de Pedra’ (1986). Seu último papel na emissora foi como Madre Joana no remake de ‘Éramos Seis’ em 2019, onde ela reviveu a personagens que interpretou em 1977.
A artista esteve também no elenco fixo de ‘Órfãos da Terra’ (2019), vencedora do Emmy Internacional de Melhor Novela, e ‘Pega Pega’, em 2017.