Muitos casais que pretendiam subir ao altar em 2020, ou durante o primeiro semestre de 2021, precisaram adiar os planos por conta da pandemia de Covid-19, que impactou diretamente os eventos sociais.
Por conta desse cenário, a cerimônia tradicional precisou passar por adiamentos ou até mesmo reformulações. O primeiro exemplo é o caso da influenciadora digital Mariana de Moraes, que ficou noiva antes de a quarentena ser decretada no Brasil, e o segundo da modelo Julia Muniz, que vive na Austrália.
Sem saber como agir diante de uma situação tão imprevisível, as duas demoraram um pouco para decidir qual seria o melhor caminho. Afinal, elas iriam optar por realizar o casamento, apesar dos riscos, quando a situação melhorasse um pouco ou optariam por aguardar um período mais seguro, que inclui a vacina?
Apesar da flexibilização em diversas cidades do mundo, o que torna possível a realização de eventos do tipo, desde que se adote as medidas de proteção e número limitado de convidados, Mariana optou por esperar tudo normalizar de fato aqui no Brasil. “Decidimos escolher uma data em setembro de 2021 e começar a viver esse momento tão especial de nossas vidas”, explica.
Enquanto isso, Julia levou em consideração o sonho de realizar uma cerimônia simples, com até 10 convidados, o que foi de encontro com as recomendações da Austrália.
“Eu e o meu marido, Jack Robinson, nunca tivemos o sonho de fazer um grande casamento, preferimos viajar e investir esse dinheiro. Então, a gente decidiu fazer um casamento pequeno, com uma fotógrafa amiga, tudo bem privado e com amigos bem próximos, cerimônia com até 10 pessoas e só a família dele, só os próximos e uma cerimonialista”, detalhou.
MAIS TEMPO PARA PLANEJAR VERSUS CASAMENTO ÍNTIMO
Com a data marcada, Mariana e o noivo, o empresário Eduardo Dagios Neto, seguem com os preparativos a todo vapor para o casório, tendo, assim, mais tempo para realizar o planejamento, o que, para ela, é um baita ponto positivo.
O casal Mariana de Moraes e Eduardo Dagios Neto | Foto: Arquivo Pessoal
Em contramão, a modelo que vive na Austrália também fez todo o planejamento durante o isolamento social, junto ao marido, e ressalta que ter um momento mais intimista foi essencial.
“Esse sonho de fazer algo menor e íntimo já era uma vontade nossa. O meu marido sempre me apoiou e, aliás, ele teve a ideia de fazer a cerimônia na casa em que nasceu. No final, foi muito legal e a gente fez tudo junto da mesma forma”, relembra.
O casal Julia Muniz e Jack Robinson em seu casamento | Foto: Arquivo Pessoal
VONTADE DE CELEBRAR VERSUS APROVEITAR O MOMENTO
Apesar do período conturbado, Mariana de Moraes diz mais um ponto para adiar a celebração: os convidados estarão com mais vontade de festejar. “Depois deste período recluso, imagino que as pessoas estarão muito mais receptivas a viverem de fato esses momentos. Foi uma pausa que nos permitiu avaliar situações que muitas vezes levávamos no automático e hoje vemos o quanto é especial”, analisa.
Já Júlia deixa claro que não teve receio nenhum de realizar o casamento e aproveitou para curtir o momento, da mesma forma que os convidados: “Não pensamos em esperar mais e não nos arrependemos, pelo contrário: amamos muito e todos os presentes também”.
“A gente pensa no futuro, talvez, quando a gente tiver filhos, fazer uma renovação de votos e ter mais pessoas, como a minha família [que não pôde estar presente]. O casamento é totalmente um momento do casal, então independe dos convidados no fim das contas”, opina.
E OS SERVIÇOS?
A influenciadora digital ressalta que a decisão de adiar foi a melhor neste período, pois alguns serviços imprescindíveis para que a comemoração aconteça, como salão de festas, decoração, buffet e roupas, também precisaram passar por reformulações por conta da pandemia, além de não terem a certeza de como as coisas estarão mais para frente, correndo o risco de cancelamento.
Inclusive, Mariana alerta sobre a importância de prestar atenção nas cláusulas dos contratos, para que não ocorram imprevistos mais para frente. “Com a incerteza sobre o amanhã, é necessário deixar claro e escrito o adiamento da cerimônia com todos os contratantes envolvidos, para evitar dor de cabeça”, destaca.
Enquanto isso, Júlia diz que não teve problema algum com os serviços. “Foi tudo ótimo. Nós contratamos empresas locais mesmo. Por exemplo, um serviço para montar um piquenique lá fora para os convidados, um cantor para tocar violão durante e depois da cerimônia, além dos bolos”, detalha.
MAIS PROXIMIDADE DO PARCEIRO?
Além disso, Mariana ressalta a possibilidade de, com mais tempo para planejar o casório, aumentar a proximidade do parceiro. “No meu caso, o meu noivo está super animado com o casamento, o que é incrível. Por conta disso, ficamos ainda mais conectados e estamos vivendo de fato essa fase como noivos”, celebra.
No caso de Júlia, isso não mudou tanto assim. Para ela, ambos estavam e estariam conectados igualmente: “A gente sempre pensou e conversou sobre o casamento junto”.
NÃO QUERO ADIAR A DATA, E AGORA?
A flexibilização da quarentena, adotada por algumas cidades do país, possibilita que eventos ocorram, desde que sejam seguidas as recomendações necessárias. Para isso, é preciso observar em qual fase o local se encontra.
São Paulo (SP), por exemplo, se encontra atualmente na fase laranja durante toda a semana até às 20h. Bateu esse horário, todo o estado entra na fase vermelha até às 6h do dia seguinte. Já aos fins de semana, fica 24 horas na fase vermelha, que proíbe que eventos aconteçam. Já na Austrália, o limite, na época do casamento da Júlia, era de até 30 convidados.
Mariana ressalta que os cuidados com a saúde precisam estar em primeiro plano. “Isso inclui redução no número de convidados, profissionais, distanciamento entre cadeiras. Além da aferição de temperatura na entrada, disponibilização de álcool em gel em diferentes áreas do local. Nesse novo normal existe uma necessidade de certificar que todos os cuidados vão ser tomados para evitar o problema. Conversar com a empresa responsável pela organização é o melhor caminho para isso”, disse.
No entanto, precisamos ressaltar que a pandemia ainda não acabou. Segundo levantamento do consórcio de veículos de imprensa, da última terça-feira (26), o Brasil soma 217.806 mil óbitos em decorrência da Covid-19 e 8.881.853 casos detectados. Por conta disso, é preciso se atentar aos riscos que realizar uma cerimônia podem ter e pensar direitinho se vale a pena realizar o casamento no atual momento.