O Dia Internacional das Mulheres, que acontece nesta segunda-feira (8), sempre é uma data importante para relembrarmos as conquistas alcançadas graças às mulheres que revolucionaram, reivindicaram e lutaram pelos direitos femininos.
Falar sobre desigualdade entre os sexos é combater o sexismo. E quando uma mulher decide ser o que quiser e fazer o que tem vontade, temos um ato poderoso: com a atitude, ela demonstra que, sim, mulheres são capazes de qualquer coisa. E, como sabemos, o que incomoda traz mudança.
Nada melhor do que celebrar esta data tão especial relembrando personagens de novelas que, até hoje, são exemplo da luta feminina. Empresárias, delegadas, aventureiras, domésticas… não importa! Todas foram personagens determinadas, decididas e a frente de seu tempo.
A AnaMaria Digital listou 12 personagens femininas que marcaram para sempre os telespectadores das novelas. Desafiando as leis impostas pela sociedade de sua época, elas foram vistas como “rebeldes” – mas mostraram ser possível conquistar maestria através de atitudes e pensamentos questionadores.
12. Helô – Salve Jorge (2012)
Crédito: Globo
Quem não lembra da delegada que solucionou o esquema de tráfico de mulheres em ‘Salve Jorge’? Helô, interpretada por Giovanna Antonelli, marcou a novela por ser uma personagem forte, decidida, respeitada e em uma posição de alto nível.
O crime que pautava a trama principal do folhetim foi resolvido por essa delegada para lá de estilosa, que revolucionou o guarda-roupa de centenas de brasileiras que admiravam seu papel.
11. Lurdes – Amor de Mãe (2020)
Mãe de cinco filhos, é uma mulher super simples, que foge do interior do Rio Grande do Norte após matar acidentalmente o marido, que a agredia quando bêbado. Dona Lurdes está decidida a unir a família, separada quando o companheiro vende um dos filhos, Domênico, a mãe, então, se muda para o Rio de Janeiro.
Ao decidir ir atrás do seu sonho de ter seu filho de volta, a personagem de Regina Casé enfrenta uma vida simples, como babá, na nova cidade. Um exemplo de mulher forte, não é mesmo?
10. Laura – Lado a Lado (2013)
Determinada, Laura Assunção (Marjorie Estiano), filha de um barão, sempre fugiu do matrimônio, com medo que ele a impedisse de realizar seu sonho de ser professora. A atitude é algo totalmente contra as convenções da época em que se passa a história, já que ela colocou seus sonhos a frente de um casamento vantajoso.
Além disso, a jovem sofreu bastante, tudo devido ao seu senso de justiça: na reta final da trama, ela foi internada em um sanatório pela própria mãe, para impedir que denunciasse um esquema de corrupção. A novela, na verdade, traz uma série de personagens fortes – todas com finais felizes. Vale conferir!
9. Marcia – Chocolate com Pimenta (2003)
Crédito: Globo
Polêmicas à parte, a personagem Marcia, de Drica Moraes, era muito focada nos seus objetivos. Todos os dias, ia para a cidade de carroça para desempenhar seu trabalho como ‘manicura’. Depois, virou ‘dona e proprietária de salão de beleza’ – mas vendeu o negócio para ajudar a prima, Ana Francisca (Mariana Ximenes). Já no fim da trama, aceitou sua condição de vida, aprendeu a dirigir e se tornou representante de vendas, conseguindo contratos preciosos para a Fábrica de Chocolates – tudo isso nos anos 1920. Muito chique, bem!
8. Maria do Carmo – Rainha da Sucata (1990)
Empresária e tanto, Maria do Carmo Pereira (Regina Duarte) consegue transformar o ferro-velho do pai em um grande negócio. Ela enriquece, mas mantém os hábitos humildes que a fizeram chegar no lugar em que chegou. Durante a trama, Do Carmo enfrenta um casamento ruim, uma série de planos da antagonista, Laurinha (Glória Menezes), e perde a empresa. Com muita força de vontade, porém, ela volta a ’catar sucata’ na rua e consegue recuperar os negócios.
7. Doralice – Cordel Encantado (2011)
Crédito: Globo
Advogada formada na capital, Doralice (Nathalia Dill) é o oposto do que a mãe planejava: sempre preferiu subir em árvores a brincar de bonecas e sonhou com a independência desde muito nova. Graduada, ela volta para a cidade natal, Brogodó, e, além de disputar o amor de Jesuíno (Cauã Reymond), defende o que considera justo, mesmo que tenha de ir contra o próprio pai, o prefeito da cidade. Em um momento da trama, a jovem chega a se vestir como homem para conseguir entrar no cangaço e ajudar o amado. Ela, inclusive, leva um tiro para salvar a rival de um sequestro. No final da trama, ela se torna a delegada da cidade. Corajosa!
6. Mariana – Orgulho e Paixão
A personagem, interpretada por Chandelly Braz, passou por poucas e boas durante a novela. Mariana era apaixonada por corrida de motocicletas, esporte que era proibido para mulheres. Por isso, ela se vestiu como um homem e se inscreveu em corridas usando o nome ‘Mário’. Quando relevou o segredo, foi sequestrada, agredida e teve os cabelos raspados por Xavier, um dos competidores, que ficou indignado, e Josephine (Christina Fernandes), rival da jovem. Mas Mariana tem um final feliz: ela encontra um amor, Brandão (Malvino Salvador), que a aceita como ela realmente é. No casamento, ela veste calças e usa os cabelos curtos, sem tentar esconde-los usando perucas, como fez durante boa parte da trama.
5. Maria Marcolina – O Tempo Não Para (2018)
Crédito: Globo
Quem acompanhou a novela lembra a importância dos questionamentos levantados por Maria Marcolina, a Marocas (Juliana Paiva). A jovem, quando ainda vivia no século 19, já questionava a sociedade da época, sobretudo a escravidão. Mas, quando se viu em pleno século 21, com toda a tecnologia, vestimentas e relações, ela se sentiu livre.
A protagonista, que ficou congelada por mais de cem anos, despertou em uma sociedade onde mulheres podiam votar, escolher com quem casar e trabalhar. Quando a mocinha entende o novo papel da mulher na sociedade, ela passa a acreditar em sua liberdade e começa uma trajetória um tanto quanto feminista, ao impor suas vontades e escolhas à família, que sempre impediu que Marocas lutasse pelo que acreditava.
4. Griselda – Fina Estampa (2012)
Griselda (Lilia Cabral), de ‘Fina Estampa’ deu aula quando o assunto é correr atrás dos seus sonhos. A “faz tudo” ganhou o apelido de “Pereirão” justamente por adotar um visual mais “masculino”: ou seja, um look que a sociedade não considera ser “para mulheres”. Sua rival, Teresa Cristina (Cristiane Torloni), a chamava de “Bigoduda” – tudo isso pelo modo de vida que a protagonista escolheu ter.
Apesar das críticas, Griselda seguia sua vida com simplicidade, humildade e honestidade, não deixando que faltasse nada para a família. Todos à sua volta a consideravam como um “marido de aluguel” ou até mesmo o homem da casa. Isso porque a população não está acostumada a ver uma mulher assumindo o papel de liderança na família.
3. Adelaide – Éramos Seis
Crédito: Globo
Destemida e decidida, Adelaide (Joana de Verona) desafiava todos à sua volta: usava calças, dirigia o próprio carro, fumava, saia para dançar, ia aos bares que homens frequentavam e até mesmo jogar sinuca, comportamentos ‘inadequados’ para uma dama da época.
A filha da Dona Emília (Susana Vieira) foi enviada à Europa por sempre discutir a diferença de tratamento que recebia em comparação à irmã deficiente. No outro continente, a poderosa acaba tendo contato com o feminismo. Em sua trajetória, Adelaide se envolveu com Afonso (Nicola Prattes), e essa relação levantou várias questões internas sobre mulheres em relacionamentos, já que a personagem seguia ideais de liberdade.
2. Catarina – O Cravo e a Rosa (2000)
Catarina, interpretada por Adriana Esteves, era uma verdadeira fera! Em plena década de 1920, ela quis aprender a dirigir, escreveu textos feministas e lutou bravamente contra o casamento e os ‘benefícios’ que um marido tinha naquela época, deixando todos (especialmente sua família) de cabelo em pé. Mesmo depois do matrimônio, nunca abaixou a cabeça e sempre fez suas opiniões e decisões valerem. Icônica! Vale lembrar que a novela é uma releitura mais feminista do clássico ‘A Megera Domada’, de William Shakespeare.
1. Tieta – Tieta (1989)
Crédito: Globo
A personagem de Betty Faria era uma mulher à frente de seu tempo: sincera e sensual, ela foi expulsa da cidade natal por ser ‘quenga’, de acordo com o próprio vocabulário da novela. Quem a ‘denunciou’ para o pai foi a própria irmã, Perpétua, a grande antagonista da trama. Vinte e cinco anos depois, Tieta voltou e expôs toda a hipocrisia da vizinhança conservadora do Sertão do Agreste. A novela veio de um livro, do grande escritor brasileiro Jorge Amado.