Voltar, terminar, voltar de novo. Para muita gente, esse ciclo não tem fim. Em relacionamentos marcados por idas e vindas, o que prende não é o amor, mas o apego, alerta a terapeuta de relacionamento Rosangela Matos: “O que sustenta raramente é o amor. É o desejo de ver dar certo, o tempo investido, a familiaridade da rotina”, diz.
A verdade é que o vazio que surge após o fim é difícil – e a saudade vira um argumento convincente para repetir a mesma história, com a esperança de que “agora será diferente”. Mas, sem mudança real, a dor sempre retorna ao mesmo ponto.
Medo da solidão
Por trás desses recomeços está, muitas vezes, a dificuldade de impor limites. “Quem teme rejeição ou abandono tende a ceder demais e cada volta sem transformação enfraquece a autoestima”, observa Rosangela. A pessoa começa a acreditar que precisa aceitar qualquer coisa para manter o vínculo, como se o amor dependesse de tolerância infinita.
Essa tentativa de se moldar ao outro gera um desgaste silencioso: a sensação de não ser suficiente. No fundo, o medo de ficar só fala mais alto que a vontade de ser respeitado. E, quanto mais a autoestima se fragiliza, mais difícil fica romper o padrão.
Amor ou apego?
Saber a diferença entre amor e apego é o primeiro passo para entender o próprio comportamento. “O amor é estável, traz calma e segurança. O apego é instável, traz ansiedade e medo”, explica a terapeuta.
No amor, há liberdade: o sentimento existe mesmo à distância, sem necessidade de controle. No apego, há fusão: a pessoa quer estar o tempo todo próxima, mesmo que isso custe a paz.
O corpo também dá sinais. O amor gera leveza; o apego aperta o peito, rouba o sono e causa angústia.
Como romper o ciclo das idas e vindas
Para sair desse ciclo, é preciso interromper o contato e manter o afastamento por tempo suficiente para enxergar a relação com clareza. “Voltar só faz sentido quando existem novos fatos e não apenas promessas”, reforça Rosangela.
- Assuma que acabou: negar o fim só prolonga o sofrimento.
- Evite contato: não acompanhar redes sociais é essencial para o desligamento emocional.
- Reforce a rotina pessoal: novos hábitos e atividades fortalecem a individualidade.
- Procure apoio: terapia, amigos e família ajudam a manter o foco no autocuidado.
- Relembre os motivos do término: eles servem de âncora quando a saudade tenta enganar.
- Reescreva sua história: reconstrua o que fazia sentido antes da relação.
- Não idealize o outro: lembre-se de que o retorno sem mudança repete a dor.
- Valorize o amor-próprio: quem se respeita não aceita menos do que reciprocidade.
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