A discussão sobre a pressão para se casar voltou à tona recentemente após o ator Selton Mello abordar sua visão sobre o tema durante uma entrevista ao programa ‘Mais Você’. Questionado por Ana Maria Braga sobre os motivos que o levaram a nunca oficializar uma união, o ator respondeu de forma descontraída e sincera, destacando o valor de sua independência e o prazer de estar sozinho.
“Nunca casei. Namorei, ‘meio’ quase casei, mas nunca me animei muito com isso, não […] Gosto demais de ficar sozinho. É bom. Um silencinho da casa…”, disse o ator. A apresentadora, então, brincou que ele foi pai de cinco crianças no filme ‘Ainda Estou Aqui, ao que Selton respondeu com leveza:
“Foi maravilhoso no filme. Deu uma vontade, mas daí para a prática é outra coisa, né?”, disse ele. “Mas seu coração nunca balançou, de dizer ‘quero viver com essa mulher’?”, perguntou Ana Maria. “Balançou, claro. Mas aí não foi! Quem sabe… Ainda tem tempo”, respondeu.
Apesar de seu tom leve, o comentário de Selton Mello reflete uma questão que afeta muitas pessoas em diferentes fases da vida: a expectativa social em torno do casamento. Para alguns, essa pressão pode se tornar uma fonte de desconforto, ansiedade e até mesmo conflitos internos sobre suas escolhas pessoais.
O peso das expectativas sociais
A sociedade costuma associar o casamento a uma etapa natural da vida adulta, especialmente em culturas que valorizam tradições familiares. Essa visão cria um senso de urgência para que pessoas em determinadas idades estejam em relacionamentos sérios ou casadas.
A cobrança, no entanto, não é uniforme. Mulheres frequentemente relatam sentir essa pressão em graus mais intensos do que os homens, especialmente devido à ideia de um “relógio biológico”. Homens, por outro lado, podem enfrentar comentários como “ainda vai sossegar?” ou “quando vai levar a sério?”
Selton Mello, aos 50 anos, ilustra que esse tipo de cobrança não tem idade limite. Sua resposta brincalhona sobre “gostar do silêncio” reflete como muitas pessoas veem a solteirice como um estilo de vida válido e prazeroso, longe do estigma de solidão ou fracasso.
Pressão para se casar x escolhas individuais
Para além das pressões externas, as decisões sobre o casamento devem ser baseadas em preferências e valores individuais. Algumas pessoas simplesmente não enxergam o casamento como um objetivo de vida, seja por priorizarem a carreira, gostarem da liberdade ou por não se identificarem com a instituição em si.
Além disso, mudanças nas dinâmicas sociais estão tornando a ideia de casamento menos central. Atualmente, muitas pessoas optam por morar juntas sem oficializar a união, enquanto outras preferem relacionamentos que não envolvam convivência diária. Estudos indicam que o número de pessoas solteiras por escolha está em crescimento, especialmente entre as gerações mais jovens.
Os impactos da pressão para se casar
A pressão para se casar pode gerar desconforto emocional para aqueles que não atendem às expectativas sociais. Comentários aparentemente inocentes, como os de Ana Maria Braga, podem se transformar em gatilhos de insegurança ou frustração para quem não está em um relacionamento ou não deseja se casar.
Essas cobranças também podem levar as pessoas a tomarem decisões por conveniência social, em vez de seguirem suas verdadeiras vontades. Casamentos realizados sob pressão podem resultar em relacionamentos instáveis ou insatisfatórios a longo prazo.
Por outro lado, pessoas que resistem à pressão podem desenvolver uma autoestima mais sólida, reafirmando seus valores e prioridades diante da sociedade.
Mudanças culturais e o novo significado do casamento
A visão tradicional do casamento como uma obrigação está sendo gradualmente substituída por uma perspectiva mais ampla, que enxerga o matrimônio como uma escolha entre muitas outras formas de vida.
Filmes, séries e figuras públicas como Selton Mello ajudam a desmistificar a ideia de que o casamento é a única via para a felicidade. A noção de que é possível encontrar plenitude estando sozinho, ou em arranjos diferentes do tradicional, está se popularizando e sendo mais amplamente aceita.
A entrevista de Selton Mello serve como um lembrete de que cada pessoa tem suas próprias razões para optar ou não pelo casamento. No fim, a escolha deve ser pessoal, livre de julgamentos externos e baseada no que traz felicidade e realização.
A pressão para se casar ainda é uma realidade, mas iniciativas que promovem o respeito às diferenças podem ajudar a diminuir o estigma em torno da solteirice ou de outros estilos de vida. Afinal, o que importa não é seguir um roteiro pré-definido, mas construir uma vida que reflita quem você realmente é.
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