Durante a passagem pelo aniversário de Vivi Wanderley, em São Paulo, Kéfera, que frequentemente tem o corpo musculoso celebrado após adotar novos hábitos de alimentação e rotina de exercícios, comentou o status de musa fitness. “Cada vez buscando mais saúde, melhorar mais, fazer tudo que é possível, sem fazer nenhuma loucura. Mas estou muito bem. Acho que, até hoje, a minha fase de autoestima mais alta é agora”, disse ao Gshow.
Porém, Kéfera também refletiu sobre a saúde e revelou que já passou por transtornos alimentares.“Venho de um histórico muito doido. Para mim, é surreal o que está acontecendo em relação a isso de ‘ah, é musa fitness, olha seu corpo’. Porque quando eu era criança, eu sofri muito bullying.”, disse a criadora de conteúdo.
“Venho de uma história de ter muita questão de autoimagem, de já ter tido questões com transtornos alimentares. Tive bulimia, anorexia. Então, agora estar bem, estar feliz, estar satisfeita, olhar no espelho e gostar do que vejo é minha maior conquista”, completou a atriz.
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TRANSTORNOS ALIMENTARES E A BUSCA PELO CORPO PERFEITO
Thayane Fraga, nutricionista do núcleo de transtornos alimentares da Holiste Psiquiatria, explica que a linha entre o cuidado com a saúde e a busca pelo corpo perfeito é tênue e cada vez mais causa adoecimento.
“Erramos ao pensar que a busca pelo corpo perfeito significa uma vida saudável. A pressão estética leva muitas pessoas ao adoecimento, não apenas físico, mas também mental. Percebe-se um número crescente de pessoas que lutam contra problemas de imagem corporal, hábitos alimentares e exercícios inadequados. E o principal culpado dessa situação é a idealização social em relação à magreza”, diz a nutricionista.
Entenda a relação entre as dietas restritivas e o risco de compulsão alimentar.
A especialista alerta que o problema do corpo perfeito é que ele não existe, é uma idealização que pode acabar tomando uma proporção adoecedora na vida da pessoa e não está necessariamente relacionada apenas à magreza. Existem outros transtornos obsessivos compulsivos, como a vigorexia, onde o paciente nunca se acha suficientemente musculoso e, por isso, realiza a prática excessiva de exercícios físicos.
“A obesidade é uma doença e pode gerar inúmeras complicações, mas engana-se quem acha que o oposto não pode ser igualmente perigoso. Estudos apontam que o maior contribuinte ambiental conhecido para o desenvolvimento de transtornos alimentares é a promoção de um ideal de beleza feminina centrado na magreza”, esclarece Thayane.
“Esse quadro leva ao excesso de dietas restritivas e comportamentos não-saudáveis para controle de peso, assim como o uso indiscriminado de medicamentos e procedimentos invasivos tem se tornado preocupante”, completa.
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