Em um mundo cada vez mais conectado, a saúde mental tem se tornado um dos maiores desafios da sociedade. O suicídio é um problema de saúde pública grave e complexo, com números alarmantes em todo o mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a cada 40 segundos, uma pessoa tira a própria vida. No Brasil, os dados também são preocupantes, com um aumento significativo nos casos nos últimos anos.
Neste Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, celebrado em 10 de setembro, AnaMaria conversou com o psicólogo Alexander Bez, especialista em ansiedade e síndrome do pânico pela Universidade da Califórnia (UCLA), que alerta para a importância de falar sobre suicídio e oferecer apoio a quem precisa.
A importância de falar sobre suicídio e oferecer apoio
“Todo ano, é fundamental reforçarmos a importância desta data. A importância de conscientizar, de dar voz e de ouvir aos que precisam, além de alertar sobre o suicídio e os perigos da depressão” , enfatiza Alexander. O especialista explica que, em muitos casos, a pessoa que pensa em tirar a própria vida dá sinais, mesmo que de forma sutil.
“A verbalização de pessoas depressivas deve ser colocada em grau de extrema importância. Essa verbalização pode fazer a diferença, pode ajudar a pessoa a perceber que existe tratamento e melhoria de qualidade de vida e, acima de tudo, pode salvar uma vida”, afirma Bez.
A depressão é um dos principais fatores de risco para o suicídio. De acordo com o psicólogo, a doença, quando não tratada adequadamente, pode levar a pensamentos suicidas e, em casos mais graves, ao suicídio. “Diferentemente de outras condições psicológicas mentais, a depressão, quando não tratada corretamente, pode aumentar significativamente o risco de fatalidade para o paciente”, alerta Bez.
Fatores que podem desencadear um quadro depressivo e aumentar o risco de suicídio
O especialista explica que a sobrecarga diária, a solidão, dificuldades financeiras e términos de relacionamentos são alguns dos fatores que podem intensificar quadros de depressão. “É crucial cuidar de si mesmo, perceber o que está te causando insatisfação e buscar soluções para amenizar a tristeza que lhe causa”, aconselha Bez.
Para identificar os sinais de alerta, é fundamental estar atento a mudanças de comportamento, como isolamento social, alterações no sono e no apetite, perda de interesse em atividades antes prazerosas e falas sobre morte e suicídio. “Se você perceber que alguém próximo está apresentando esses sinais, não hesite em procurar ajuda profissional”, orienta o psicólogo.
Caso você conheça alguém que esteja com pensamentos suicidas, é importante que você converse com a pessoa de forma calma e empática, demonstre que se importa e ofereça ajuda. “É importante lembrar que você não precisa ter todas as respostas, mas estar presente e disposto a ouvir já é um grande passo”, diz Alexander. Além disso, é fundamental incentivar a pessoa a procurar ajuda profissional.
A prevenção ao suicídio é um trabalho de todos. Ao falar abertamente sobre o tema, quebrando tabus e oferecendo apoio a quem precisa, podemos salvar vidas. Lembre-se: você não está sozinho. Se você estiver passando por um momento difícil, procure ajuda.
Onde buscar ajuda
- CVV (Centro de Valorização da Vida): 188 (ligação gratuita e anônima);
- SOS Corpo: (11) 2311-1111;
- Rede de apoio psicosocial: Procure um profissional de saúde mental na sua região.
O suicídio é consequência de um sofrimento intenso e, muitas vezes, de doenças mentais como a depressão. É fundamental que a sociedade como um todo reconheça a importância do tratamento da saúde mental e ofereça acesso a serviços de qualidade. Ao buscar ajuda profissional e seguir o tratamento indicado, é possível superar os desafios e construir uma vida mais plena e feliz.
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