Você já ouviu frases como “Ninguém cuida dos pais ou dos filhos como ela” ou “Nossa, como é carinhosa”? À primeira vista, parecem elogios, mas, na verdade, reforçam a ideia de que o cuidado é uma tarefa exclusivamente feminina. Essa crença coloca uma carga pesada sobre os ombros das mulheres que cuidam dos pais e dos filhos, que já acumulam múltiplas responsabilidades. Afinal, quem cuida delas?
A Geração Sanduíche e a sobrecarga feminina
O termo Geração Sanduíche define adultos, principalmente mulheres, que precisam cuidar dos filhos e dos pais idosos ao mesmo tempo. Com o envelhecimento da população, essa realidade tem se tornado cada vez mais comum. A psicóloga Lynn Chemas explica que, mesmo com as conquistas femininas no mercado de trabalho, a sobrecarga continua recaindo sobre as mulheres. “Elas acumulam funções: cuidam da casa, da família, dos idosos e ainda trabalham fora”, afirma a revista Crescer.
Enquanto as mulheres dividem o sustento da casa com os homens, eles ainda não assumem sua parte nos cuidados. “Os pais e os filhos sobram para elas”, aponta a especialista. Essa divisão injusta de tarefas gera um desequilíbrio que afeta a saúde física e emocional das mulheres que cuidam dos pais e dos filhos.
Como encontrar equilíbrio na Geração Sanduíche
A boa notícia é que existem caminhos para aliviar essa pressão, mas eles exigem mudanças profundas. A especialista sugere algumas estratégias:
Exija participação igualitária
“Precisamos parar de passar pano para os homens que não assumem suas responsabilidades”, diz a psicóloga. Isso significa cobrar dos irmãos, parceiros e pais uma divisão justa das tarefas.
Priorize-se sem culpa
“Culpa e feminilidade são um casamento perfeito, mas precisamos romper com isso”, afirma. É essencial entender que ninguém precisa ser uma supermãe, superfilha ou superesposa. Permita-se errar e delegar tarefas.
Reavalie suas parcerias
“As mulheres ainda acreditam que precisam de um homem para serem validadas”, observa Lynn. É importante exigir uma parceria efetiva, em que ambos contribuam igualmente para os cuidados da família.
Crie redes de apoio
Buscar ajuda de familiares, amigos ou serviços especializados pode ser um alívio. “Na sua ausência, você deixa espaço para que outra pessoa assuma aquela obrigação”, reforça a psicóloga.
O cuidado também é coisa de homem
A mudança começa quando as mulheres deixam de aceitar a sobrecarga como algo natural. “Precisamos exigir que os homens façam sua parte”, destaca Lynn. Afinal, cuidar não é um dom feminino, mas uma responsabilidade de todos.
Enquanto isso, lembre-se: você não precisa dar conta de tudo sozinha. Priorizar-se não é egoísmo, é uma necessidade. E, ao dividir as tarefas, você abre espaço para viver com mais leveza e equilíbrio.
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