No fim do Junho Laranja, mês que busca conscientizar a população sobre a infertilidade, o anúncio da gravidez de Mariana Rios trouxe à tona um tema sensível, mas ainda pouco discutido: o luto silencioso enfrentado por quem sonha com a maternidade.
A atriz emocionou o público ao revelar, nas redes sociais, que está esperando seu primeiro filho após anos de tentativas e a dor de um aborto espontâneo. Seu depoimento tocou milhares de mulheres que enfrentam batalhas parecidas — e, muitas vezes, em silêncio.
Segundo a psicóloga perinatal Natália Aguilar, especialista em luto, o caminho até uma gestação pode ser extremamente desgastante. “Existe o luto pelo corpo que não responde como se imaginava, o luto por não conseguir engravidar naturalmente e, em muitos casos, o luto de uma gestação interrompida”, explica.
Essas perdas não são visíveis como outras, mas isso não as torna menos dolorosas. Pelo contrário: por serem invisíveis, são, muitas vezes, negligenciadas. Por isso, relatos como o de Mariana Rios são tão necessários — eles validam sentimentos que não costumam ter espaço nem mesmo dentro da própria família.
A dor das tentativas frustradas: um luto que se acumula
Para quem enfrenta a infertilidade, cada novo ciclo pode trazer a expectativa de um recomeço — mas também o risco de uma nova frustração. “Muitas vezes, o casal investe tudo: tempo, energia, dinheiro, esperança… e o resultado não vem. Ou até vem, mas logo se transforma em perda”, destaca Natália.
A psicóloga lembra que o sofrimento, nesse contexto, não é simples ou pontual. Ele se desdobra em diferentes formas de luto: o luto da idealização, o luto do embrião que não evolui, o luto da gravidez que não chegou ao fim. Cada uma dessas fases carrega uma dor particular, que se acumula e deixa marcas.

Falar sobre o tema é um passo essencial
Embora a medicina reprodutiva tenha avançado, a infertilidade ainda é vista como algo que deve ser enfrentado no privado. Por isso, quando figuras públicas compartilham suas histórias, elas ajudam a dar voz a outras mulheres.
“A Mariana Rios, ao dividir sua trajetória de dor e depois de conquista, inspira. Ela mostra que não desistir também é um ato de coragem. E, principalmente, que recomeçar é possível”, reforça a psicóloga.
A jornada de quem enfrenta a dificuldade para engravidar é solitária em muitos momentos. Por isso, receber apoio e acolhimento faz toda a diferença. É importante que amigos, familiares e parceiros estejam atentos às necessidades emocionais dessas mulheres.
“Nem sempre é preciso dizer algo. Às vezes, apenas estar ali, ouvir sem julgar e validar os sentimentos já ajuda”, pontua Natália. Afinal, não se trata apenas de uma questão física, mas de um processo profundo, que mexe com autoestima, identidade e sonhos.
Celebrar a conquista sem apagar a caminhada
A notícia da gravidez de Mariana Rios é, sem dúvida, motivo de comemoração. No entanto, é importante lembrar que essa conquista veio após uma longa travessia. Celebrar a gestação, nesse caso, também significa reconhecer tudo o que foi vivido antes dela.

Por isso, ao ver uma mulher que enfrentou a infertilidade sorrir com um teste positivo, não devemos esquecer da força que ela precisou reunir até ali. É uma alegria, sim — mas também uma cicatriz curada, um ciclo que se fechou com esperança.
Resumo: A gravidez de Mariana Rios vai além de uma boa notícia: representa coragem, superação e empatia. Ao compartilhar sua trajetória, a atriz ajuda a iluminar um tema sensível e encoraja outras mulheres a seguirem em frente — mesmo diante da dor.
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