Embora o Halloween seja marcado por sustos, fantasias e histórias assustadoras, a data também nos convida a refletir sobre uma das emoções mais antigas e universais do ser humano: o medo. Longe de ser apenas um sentimento negativo, ele é um mecanismo essencial de sobrevivência que nos protege e molda nossas reações diante do perigo. E a ciência tem muito a dizer sobre como e por que ele surge.
Como o medo atua no cérebro humano
De acordo com Fabiano de Abreu Agrela, Pós PhD em neurociências, o medo é um sistema de defesa natural do corpo. “Ele nos alerta quando estamos diante de uma ameaça e prepara o organismo para reagir. Os músculos ficam tensos, há liberação de hormônios como adrenalina e cortisol, e o coração bate mais rápido para garantir energia e oxigênio suficientes”, explica.
Esse processo, conhecido como reação de “luta ou fuga”, é controlado por uma região do cérebro chamada amígdala, responsável por interpretar ameaças — sejam elas físicas ou emocionais. Assim, mesmo ao assistir a um filme de terror, o cérebro ativa respostas automáticas semelhantes às que sentiríamos diante de um perigo real. O resultado? Coração acelerado, respiração ofegante e aquela descarga de adrenalina que muitos conhecem bem.
Você gosta de levar sustos? A ciência explica!
Curiosamente, algumas pessoas buscam o medo de propósito. Filmes de terror, casas assombradas e até histórias de arrepiar provocam sensações que, para muitos, são prazerosas. A explicação está em um fenômeno conhecido como “alívio pós-medo”.
Segundo Fabiano, depois que o cérebro percebe que a ameaça não é real, há uma liberação de dopamina — o hormônio do prazer —, o que gera uma sensação de bem-estar e até relaxamento. É como se o corpo dissesse: ‘sobrevivemos’, e isso traz uma onda de satisfação.
Por isso, o Halloween, com seus sustos controlados e fantasias assustadoras, é uma oportunidade de experimentar o medo em um ambiente seguro, o que explica por que tantas pessoas se divertem com ele.

O papel do medo na nossa sobrevivência
Embora muita gente queira evitar o medo, ele cumpre uma função vital. Essa emoção está ligada à nossa capacidade de reconhecer perigos e tomar decisões rápidas — algo fundamental para a sobrevivência. Pesquisas em neurociência mostram que o medo aprimora a atenção, a memória e a capacidade de resposta em situações de risco.
Além disso, compreender o funcionamento do medo pode ajudar no manejo de fobias e ansiedades, que ocorrem quando esse sistema de alerta fica desregulado. Por isso, entender essa emoção é também um caminho para cuidar melhor da saúde mental.
Halloween e o medo saudável
Assim como o riso e o amor, o medo também faz parte do que somos. Ele nos ensina a reconhecer nossos limites e nos lembra de que a vulnerabilidade é um traço humano. Neste Halloween, vale pensar que sentir medo — dentro ou fora das telas — não é sinal de fraqueza, e sim uma prova de que o cérebro está funcionando como deve.
Resumo: O medo é uma emoção essencial, que protege, ensina e até diverte. No Halloween, ele ganha espaço para ser experimentado de forma segura, revelando como o cérebro humano equilibra razão, instinto e prazer.
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