A solidão tem se tornado um desafio crescente para os solteiros. Uma pesquisa recente do happn revelou que 74% dos participantes relataram se sentir isolados nos últimos meses, e 50% afirmaram que esse sentimento aumentou desde a pandemia de COVID-19. Entre os mais afetados estão os jovens de 18 a 25 anos (61%) e mulheres mais jovens (64%).
Mesmo diminuindo com a idade, a solidão permanece presente em todas as faixas etárias, destacando a necessidade de atenção para a saúde mental. Segundo a pesquisa, os momentos de maior sensação de isolamento são à noite (38%) e nos fins de semana (32%). Entre os principais gatilhos para o sentimento de solidão, estão:
- Não estar em um relacionamento – 29%
- Dificuldade em criar conexões genuínas – 29%
- Interações online superficiais – 19%
- Distância física – 16%
Conexões reais ainda são prioridade para combater a solidão
O estudo mostra que a atividade mais eficaz para lidar com a solidão é passar tempo com amigos e familiares na vida real, escolhida por 43% dos participantes. Já os mais jovens preferem se dedicar a hobbies e atividades (45%), mostrando que se manter ocupado é uma estratégia frequente para aliviar a sensação de isolamento.
Quando o objetivo é buscar novas conexões, 37% dos solteiros afirmam procurar um relacionamento sério, enquanto 31% desejam conhecer pessoas com interesses semelhantes. Esses dados reforçam que, apesar da tecnologia, a busca por vínculos significativos continua sendo uma prioridade.
O papel da inteligência artificial na vida dos solteiros
A pesquisa também revelou que 27% dos solteiros já utilizaram chatbots de inteligência artificial para se sentirem menos sozinhos. Embora a geração mais jovem tenha adotado a tecnologia com mais frequência, a maioria permanece cautelosa, com 57% dizendo que prefere não usar essas ferramentas.
“Os relacionamentos na vida real continuam sendo essenciais para os solteiros que enfrentam desafios emocionais. A inteligência artificial surge como um complemento, mas nunca substitui o contato humano verdadeiro”, afirma Karima Ben Abdelmalek, CEO e Presidente do happn.
Além disso, 59% dos participantes concordam que as interações presenciais são mais fortes, mas 37% reconhecem que experiências online e offline podem se complementar. O estudo demonstra que aplicativos de relacionamento e recursos digitais podem reduzir a solidão quando usados de forma equilibrada.
A importância de buscar ajuda profissional
Um dado preocupante é que apenas 19% dos solteiros procuram ajuda profissional regularmente quando se sentem tristes ou sozinhos, enquanto 33% já buscaram suporte em algum momento da vida. Homens entre 18 e 25 anos se mostram mais céticos: 53% nunca procuraram ajuda e não pretendem.
Essa realidade evidencia a urgência de ampliar a conscientização sobre saúde mental e quebrar tabus relacionados ao cuidado emocional. Karima reforça que, em situações de necessidade, é importante buscar apoio: “Se precisar conversar, você pode entrar em contato com o Centro de Valorização da Vida (CVV) pelo número 188”.
Resumo: A solidão atinge 74% dos solteiros, que recorrem a amigos, hobbies ou até inteligência artificial para aliviar o isolamento. Ainda assim, a prioridade segue sendo o contato humano e a busca por ajuda profissional.
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