Celebrado no dia 31 de julho, o Dia do Orgasmo vai muito além de uma simples curiosidade do calendário. A data é um convite para falarmos, sem culpa e sem tabu, sobre bem-estar, autoconhecimento e saúde sexual — temas que impactam diretamente a qualidade de vida, especialmente quando falamos do prazer masculino.
Afinal, engana-se quem pensa que os homens não enfrentam pressões quando o assunto é sexo. Pelo contrário: eles também sofrem com expectativas irreais, inseguranças e mitos que comprometem tanto o desempenho quanto a autoestima.
Para jogar luz sobre esse assunto, conversamos com o urologista Rafael Siqueira, autor do livro Tamanho é Documento? (Ed. Matrix). Com milhões de seguidores nas redes sociais, o médico usa o bom humor para descomplicar temas sérios — e aqui ele compartilha cinco verdades importantes sobre o orgasmo masculino, que podem transformar a relação com o próprio corpo e com o(a) parceiro(a).
A influência da pornografia no prazer masculino
Ainda que seja popular, o consumo exagerado de pornografia pode atrapalhar — e muito — a vida sexual de quem acredita que os vídeos refletem a realidade.
Nos filmes, tudo é coreografado: corpos fora do padrão, resistência sobre-humana, orgasmos cinematográficos. O problema surge quando o cérebro passa a achar que aquele roteiro artificial é o padrão. Com isso, muitos homens se frustram na vida real, comparando-se com um ideal inalcançável.
Nesse sentido, refletir sobre os conteúdos consumidos ajuda a resgatar o prazer real, que acontece com cumplicidade, afeto e liberdade, e não sob pressão por desempenho.
Masturbação em excesso pode levar ao isolamento
Se por um lado a masturbação é saudável e natural, por outro, ela pode virar um comportamento compulsivo — especialmente quando usada como válvula de escape para emoções como estresse, ansiedade ou tédio.
“Tem homem que se masturba ao acordar, ao dormir, antes de sair de casa e quando volta. Isso vira um ciclo difícil de quebrar”, explica Rafael.
Com o tempo, essa prática pode substituir o contato emocional com o outro, criando uma bolha de isolamento. A dica aqui é observar os próprios hábitos: quando a masturbação deixa de ser uma expressão de prazer e vira uma fuga constante, vale buscar ajuda profissional.

No Dia do Orgasmo, vale lembrar: qualidade importa mais do que quantidade
Existe uma crença de que os homens devem render por horas e ter múltiplos orgasmos — o que, do ponto de vista fisiológico, nem faz sentido.
“O corpo masculino foi desenhado para uma ejaculação por vez. Depois da primeira, vem uma queda natural de energia e até sono. Isso é normal e saudável”, pontua o médico.
Ou seja: no Dia do Orgasmo, que tal abandonar a ideia de que transar bem é sinônimo de ‘quebrar recordes’? O mais importante é a troca afetiva, o prazer compartilhado e o respeito ao próprio ritmo. O melhor orgasmo é aquele que deixa ambos satisfeitos, sem pressa nem pressão.
Não existe tempo ideal para o sexo — existe sintonia
Quando o assunto é prazer masculino, muita gente ainda se preocupa com o tempo de duração da relação. Mas, segundo Rafael, não existe uma “régua oficial” para medir o sexo perfeito.
“O que importa é se os dois estão satisfeitos. Se o casal está em sintonia, pouco importa se durou dez minutos ou uma hora”, garante.
Por outro lado, se há um descompasso frequente — um chega lá sempre muito antes do outro, é sinal de que vale abrir o diálogo. Afinal, sexo bom é aquele em que os dois se sentem ouvidos, respeitados e à vontade para ajustar o que for necessário.
Orgasmo também é saúde emocional
Talvez essa seja a grande lição do Dia do Orgasmo: o clímax sexual não se resume ao prazer físico. Ele também revela como anda a saúde emocional, os hormônios, os vínculos afetivos e até a autoestima.
Dificuldade para gozar, ejaculação precoce ou necessidade constante de estímulos virtuais são sinais de que algo pode não estar bem. “O orgasmo é um termômetro da saúde integral do homem. Ignorá-lo é deixar de cuidar de si por inteiro”, afirma Rafael.
Por isso, mais do que um tema íntimo, falar sobre prazer masculino é uma forma de promover bem-estar em várias áreas da vida. E quanto mais natural for essa conversa, melhor para todos os envolvidos.
Resumo: O Dia do Orgasmo é um ótimo pretexto para refletirmos sobre o prazer masculino e todos os mitos que o cercam. Com as orientações do urologista Rafael Siqueira, fica mais fácil entender que autoconhecimento, equilíbrio emocional e diálogo são ingredientes indispensáveis para uma vida sexual mais saudável e verdadeira. Afinal, cuidar do corpo e da mente também é uma forma de amar.
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