O jovem é mesmo mais vulnerável a se tornar viciado em substâncias que dão prazer momentâneo e preenchem o vazio que muitos sentem. Observar as companhias também é fundamental, pois é natural que ele tenha a necessidade de se sentir pertencente a um grupo – por isso, muitas vezes, age em grupo diferentemente de como agiria se estivesse sozinho.
Se ele faz parte de um grupo em que alguns usam drogas, fará o mesmo? Não há como responder objetivamente. O que se pode fazer é usar algumas ferramentas para que, quando alguma droga chegar efetivamente perto de seu filho, ele tenha conhecimento sobre o assunto e diga não. E não é com discursos e lições de moral que se consegue isso. É com informação, abordagem natural sobre o assunto desde cedo e até bom humor e leveza.
Um levantamento do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool, com base em dados do IBGE, revelou que os adolescentes começam a beber aos 12 anos e meio – a razão é a aceitação pelos amigos e grupo. Outra causa é uma possível mudança de comportamento que parece agradável a eles: os tímidos se sentem mais soltos até para paquerar, o que parece impossível em estado sóbrio.
O abuso de drogas pode causar perda da consciência e capacidade de julgamento, gerando consequências graves, como beber e dirigir. As substâncias ainda acarretam queda no rendimento escolar, ansiedade, depressão e problemas de memória e saúde mental, além do não controle sobre o próprio corpo e maior exposição a abusos de ordem sexual, física e moral. Essa realidade precisa ser conversada e informada para os filhos pelos pais, pois a informação é a principal ferramenta para que ele se fortaleça e não embarque nessa furada.
ATIVIDADES IMPORTANTES
Os adolescentes podem se sentir entediados e tentados a buscar as sensações de relaxamento e euforia que as drogas trazem. Mas isso acontece com menor frequência se eles forem estimulados com esporte, música, aulas interessantes extracurriculares, trabalho voluntário… A frase ‘cabeça vazia oficina do diabo’ tem lá a sua razão.
AJUDA PROFISSIONAL
Recorra à ajuda de um psicólogo quando estas situações acontecem repentinamente: seu filho tem alteração brusca de peso, apetite e sono; oscilação de humor ; dá sinais de depressão e ansiedade. Fique atenta aos odores estranhos nas roupas e boca do jovem.
*ROBERTA CERASOLI (@adolepapo) – Jornalista, educadora parental, roteirista, mãe de duas adolescentes e criadora do AdolePapo, site e página no Instagram e Facebook dedicada às mães e aos pais que buscam atravessar a fase da adolescência dos filhos com leveza, equilíbrio e acolhimento