O caso Madeleine McCann é um dos mais conhecidos de desaparecimento infantil no mundo. Aos três anos, a menina sumiu de um resort em Portugal enquanto estava de férias com a família, em 2007. O sumiço desencadeou uma busca internacional que permanece ativa até hoje.
Apesar de inúmeras investigações e suspeitos ao longo dos anos, a criança britânica segue desaparecida. Desde o início do caso, diversas linhas de investigação foram seguidas. A principal hipótese é de que o alemão Christian Brueckner, conhecido pelo histórico criminal de abusos e sequestros, tenha a raptado.
Para os investigadores, ela está morta. No entanto, não há provas conclusivas que atestem a possibilidade. A ausência de provas mantém viva a esperança e angústia da família. O sumiço de Madeleine McCann levanta questões sobre os desafios e avanços nas buscas por crianças desaparecidas.
Avanços e desafios no caso Madeleine McCann
O caso também expõe as limitações de sistemas de segurança em locais turísticos e a dificuldade em coordenar investigações entre diferentes jurisdições. Quase duas décadas após o caso, novos mecanismos de notificação e investigação surgiram.
Além disso, há uma maior colaboração entre autoridades de diferentes países na busca por menores desaparecidos. Apesar dos avanços tecnológicos, como o uso de inteligência artificial e bancos de dados globais, a localização de crianças desaparecidas continua sendo um desafio significativo.
Como é a busca por crianças desaparecidas?
No Brasil, aproximadamente 20 mil pessoas de até 17 anos desaparecem anualmente, de acordo com o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP). Já segundo o Mapa dos Desaparecidos no Brasil, divulgado em 2023 pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, houve 200.577 boletins de ocorrência de desaparecimentos entre 2019 e 2021,
Destes, 62,8% de homens e 37,2% de mulheres. Do total de desaparecidos no período, mais de 30% correspondem a crianças e adolescentes. A prevenção e solução desses casos dependem de um sistema bem estruturado, que inclui:
- Notificação imediata: O registro do desaparecimento é essencial para que as buscas comecem o quanto antes. A divulgação de fotos e descrições detalhadas é feita através de portais e redes sociais.
- Colaboração interinstitucional: A articulação entre órgãos de segurança pública, ONGs e entidades internacionais é fundamental para ampliar o alcance das buscas.
- Tecnologia: Ferramentas como aplicativos de reconhecimento facial e bancos de dados centralizados ajudam a rastrear pistas e identificar possíveis localizações.
As dificuldades em buscar crianças desaparecidas
Embora os avanços na busca de crianças desaparecidas sejam significativos, algumas barreiras ainda existem. A negligência, tanto de autoridades quanto de famílias, pode atrasar as buscas. Dados fragmentados e a falta de padronização em registros também dificultam a localização de desaparecidos.
Segundo pesquisa da Rede Estratégica e de Enfrentamento ao Desaparecimento de Crianças (REDESPARC) da Unesp, lacunas na comunicação entre órgãos como delegacias, conselhos tutelares, centros de saúde e governos, dificultam a localização de crianças desaparecidas. Esses órgãos não têm dados sistematizados e integrados entre si.
Em 2023, o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) firmou um acordo de cooperação técnica com a empresa Meta para encontrar pessoas desaparecidas. O objetivo é ampliar e agilizar as buscas aos desaparecidos com o auxílio da tecnologia da empresa, proprietária das plataformas digitais Facebook, Instagram, Threads e WhatsApp.
O acordo conta com o programa Alerta Amber, que emite notificações públicas imediatas em casos de desaparecimento infantil nas redes sociais. Para participar, é é necessário atender aos critérios: a vítima ter até 17 anos, ter desaparecido sob circunstâncias suspeitas e correr risco imediato de ferimentos.
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