A atriz Claudia Raia, de 58 anos, causou grande repercussão ao revelar durante uma entrevista ao programa Goucha, em Portugal, que deu um vibrador para sua filha Sophia quando a menina completou 12 anos.
Diante das críticas, Claudia esclareceu que suas palavras foram tiradas de contexto e reforçou que sempre incentivou o diálogo aberto sobre educação sexual com seus filhos, de forma respeitosa e adequada para cada idade. “Minha prioridade sempre foi criar um ambiente de confiança e informação”, destacou a atriz. Mas a grande questão levantada é: o uso de brinquedos eróticos na adolescência é recomendado pelos especialistas?
O vibrador tem função médica?
Apesar de muitas pessoas associarem o vibrador exclusivamente ao prazer, a sexóloga Sarita Milaneze, embaixadora da A Sós, explica que seu uso vai muito além disso. “O vibrador foi criado para auxiliar no bem-estar da vagina para fins medicinais. No passado, ele era vendido até em farmácias”, explicou a especialista em entrevista à Itatiaia. Segundo ela, muitos ginecologistas recomendam o uso desse dispositivo para tratar sintomas como atrofia vaginal e secura, comuns na menopausa.
No entanto, quando se trata de adolescentes, a conversa é diferente. Sarita destaca que, embora o autoconhecimento seja essencial para a saúde sexual, a maturação física e psicológica também precisa ser levada em consideração.
Qual a relação entre brinquedos eróticos e educação sexual?
No Brasil, a educação sexual ainda é um tema repleto de tabus. “Muita gente pensa que ensinar educação sexual é ensinar sobre sexo, mas na verdade, é sobre prevenção, cuidado e consentimento”, esclarece Sarita. De acordo com ela, jovens que recebem informações de qualidade sobre o assunto tendem a iniciar a vida sexual mais tarde, pois perdem a curiosidade em torno do que é visto como proibido.
Essa orientação também pode evitar que adolescentes tomem decisões precipitadas sobre sua saúde sexual. Quando recebem informações adequadas sobre seu corpo e seu prazer, podem ter uma relação mais saudável consigo mesmas e com futuros parceiros.
Vibrador aos 12 anos: qual a opinião dos especialistas?
O psicólogo Luiz Mafle alerta que, aos 12 anos, o sistema límbico — responsável pelas emoções — se desenvolve mais rapidamente que o córtex pré-frontal, que regula o comportamento e a tomada de decisão. Isso torna a adolescência um período de grande impulsividade emocional. “A possibilidade de qualquer coisa que estimule demais, que dê prazer em excesso, pode virar um vício”, pontua o especialista à AnaMaria.
Por fim, Sarita Milaneze reforça essa perspectiva: “Uma pré-adolescente de 12 anos não tem maturidade física e mental para isso. O corpo e a mente ainda não estão preparados para o tipo de estímulo que um vibrador proporciona”. Para ela, o ideal é que o uso desses dispositivos seja considerado apenas a partir dos 15 anos, quando a jovem já tem mais maturidade.
Afinal, qual a idade ideal para começar a usar brinquedos eróticos?
Embora o vibrador possa ter benefícios para a saúde sexual, especialistas alertam que seu uso deve ser introduzido com responsabilidade. Para adolescentes, a recomendação geral é que o uso desses dispositivos aconteça apenas quando houver maturidade física e emocional suficiente para compreender seus efeitos. Além disso, o diálogo aberto entre pais e filhos sobre educação sexual é essencial para garantir que essa decisão seja tomada de forma consciente e segura.
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