Aos poucos Dona Patroa (Camila Morgado) tem se entregado a paixão que sente por Rachid (Almir Sater) em ‘Renascer’. Após anos casada com Egídio (Vladimir Brichta), a mãe de Sandra (Giullia Buscacio) aos poucos está se permitindo a viver um novo amor na maturidade, mas o processo não está nada fácil. Sua história não é única e tem diversos ensinamos, saiba o que é possível aprender com ela!
O capítulo do último dia 11 de junho da trama das nove da TV Globo foi marcado pela primeira noite de amor entre a mulher e o libanês, mas depois dos momentos quentes, Dona Patroa se vê tomada pela culpa. Ao ser surpreendida por Rachid com um café da manhã na cama, ela acorda cheia de remorço, com vergonha e arrependimento, mas por que isso acontece? Entenda a seguir!
Desafios e crenças
Repleta por esses sentimentos, a mulher muda da noite para o dia com o amado e o trata mal. A situação chama atenção até mesmo de Joana (Alice Carvalho) que briga com Dona Patroa por não retribuir o carinho de Rachid. A desilusão com o romance é tanta que o libanês decide ir embora da região.
Segundo a psicóloga Elisangela Niná, pode ser mais difícil para algumas pessoas se relacionar após um relacionamento longo por conta das crenças que ela carrega a partir das vivências que teve na outra relação.
Isso faz com que a mulher se trave para as novas experiências amorosas, impossibilitando que inicie de maneira aberta até mesmo as relações mais saudáveis. Algo potencializado pelas crenças limitantes que cria sobre si mesma, em razão, por exemplo, de se permitir a viver um amor na maturidade. “São crenças mentirosas, porque tem espaço, tem amor para todo mundo, desde que você se abra pra conexão”, afirma a especialista.
Reencontro consigo mesma
Além dos fatores regiliosos que levam a personagem de ‘Renascer’ a pensar que está cometendo um pecado, para a psicóloga, a dificuldade de se entregar a um novo relacionamento após terminar uma relação de longa data está nas cisões, ou seja, na quebra de expectativa que a mulher traz do seu relacionamento anterior.
Isso porque cada uma precisa passar por um reencontro consigo mesma. “Especificamente uma mulher madura que saiu, por exemplo, de uma relação tóxica, daquele marido grosseiro, que poda, que não elogia e, ao contrário, só a diminui […] Vamos pensar na dificuldade que está mulher terá pela frente. Antes de pensar em encontrar o “amor perfeito”, tem de pensar em se encontrar”, analisa a especialista.
Acontece que depois de viver as relações, principalmente as que são marcadas por renúncias e desacordos, muitas mulheres ficam perdidas de si mesmas.
Segundo a psicóloga, isso se dá por conta dos relacionamentos que mantiveram sem nem saber o porquê, por hábitos, inseguranças e medos. Assim, quando conseguem se dissociar da relação, as mulheres podem ficar à deriva, pois se veem em um mar de possibilidades e vivências, tal como Dona Patroa.
Por isso, antes de pensar em encontrar alguém, tente dedicar um tempo para se encontrar com você mesma. E como saber que chegou a hora? Elisangela sugere que se faça uma série de perguntas, veja abaixo:
- Quem eu sou?
- Do que eu gosto?
- Quais são as minhas forças aqui?
- O que eu não posso mais permitir que façam comigo?
- E por que eu permiti que fizessem aquilo comigo?
- Por que eu também fiz aquilo naquela relação?
- O que eu posso fazer de diferente?
- Por que eu entrei tanto naquele território de submissão?
- Por que eu me vejo tão pequena?
Dessa forma, estes questionamentos ajudam a tentar entender melhor a si mesma e se reconectar. Para a especialista, com eles em mente é possível iniciar um relacionamento com um pouco mais de propriedade, não às cegas.
Se autoconhecer, consequentemente, se torna o pulo do gato. Como caminhos para isso, a psicóloga recomenda a terapia e a escrita. O hábito de expressar o que sente e o que quer pode te auxiliar muito nesse processo de busca por si mesma e, como resultado, na busca do amor na maturidade.
O autocuidado também é fundamental para isso e ele inclui coisas cotidianas, como uma rotina de cuidados pessoais, praticar atividades físicas e até beber água. Comece pelo básico, este é o primeiro passo no caminho do autoconhecimento.
Relacionamento abusivo: como sair de forma segura
Amor na maturidade e o benefício da experiência
Viver o amor em diferentes fases da vida é diretamente impactado por pelo processo de entendimento das suas vontades e necessidades. “Entender um pouco do que estou buscando na relação é o benefício da maturidade, porque só amor fica um conceito vago, existem muitas formas de amar”, analisa a psicóloga.
O conhecimento e a vivência também ajudam, de acordo com Elisangela, a entender e aceitar que, por mais que goste de alguém, às vezes a conexão acontece com uma pessoa que tem uma forma de amar muito diferente da que você precisa, então é preciso “soltar a corda”.
Para engatar esse amor na maturidade, a especialista sugere que, antes de começar qualquer relacionamento, fique atenta, consciente e use isso ao seu favor. “Pode parecer cansativo esta atenção constante, mas é mais cansativo ficar entrando de forma alienada em ciclos de relacionamentos sem refletir e compreender, achando que aquilo vai te levar para o paraíso e não vai”, aconselha ela.
Assim, você usará o benefício da experiência e da maturidade para criar cenários de mais atenção e autonomia. Como consequência, ao iniciar um relacionamento, terá mais consciência e, quando tomada pela paixão, conseguirá deixar de lado os estigmas e viver o amor.
Leia também:
‘Renascer’: confira o resumo dos capítulos de 10 a 15 de junho
Como viver mais e com qualidade de vida: 5 descobertas da ciência para ter uma vida mais longa
Além da autoajuda: 10 livros para curar a alma
