Com mais de 40 anos de carreira, o maestro Carlinhos Antunes é o nosso extraordinário escolhido para a estreia da coluna do Retrato Social aqui em AnaMaria Digital. Produtor cultural e musical, além de compositor e maestro, ele vem há anos transformando vidas por meio de uma linguagem que praticamente todo mundo entende: a música.
Formado em Música e História, Carlinhos conviveu durante muitos anos com as duas áreas, tocando na noite e em peças de teatro enquanto cursava as disciplinas na faculdade. Tanto que a formação acadêmica e pessoal do maestro foram determinantes para que seu trabalho ultrapassasse as barreiras da própria música.
Promovendo um cruzamento entre culturas, pessoas e diferentes instrumentos, ele criou um dos projetos mais relevantes de toda a sua história: a Orquestra Mundana Refugi. O regente e multi-instrumentista conta que cultivava em seu coração uma imensa vontade: a de reunir, por meio da música, brasileiros, imigrantes e refugiados de diversas partes do mundo.
Foi assim que, em 2005, Carlinhos fundou na cidade de São Paulo (SP) a orquestra. Em sua visão, o projeto é “um exemplo de respeito às pessoas, à diversidade e à excelência musical.”
“SE VOCÊ CANTA OU TOCA ALGUM INSTRUMENTO, JUNTE-SE A NÓS”
Carlinhos Antunes. (Crédito: Loiro Cunha)
Era o que dizia o anúncio divulgado em oficinas para imigrantes e refugiados. Apesar de lançá-la oficialmente na primeira década dos anos 2000, o projeto já existia desde 1995. De sua concepção até a fundação, foram 10 anos de estudos e de organização de pensamentos. O nome vem do segundo disco de Carlinhos, “Mundano”, que em livre tradução significa “alguém que roda o mundo, que viaja por diversas localidades e carrega conhecimentos dentro de si”.
A beleza do projeto está no fato de que, apesar de não falarem o mesmo idioma, os imigrantes e refugiados sabem muito bem como se comunicar através da música, utilizando seus instrumentos para semear a paz. Uma iniciativa que busca a integração de todos, em que cada um pode cantar em sua língua materna, se reconectar com suas raízes e também entrar em contato com outras culturas.
Existe um lugar onde somos iguais: na harmonia da música. (Crédito: Loiro Cunha)
A ideia é estimular a convivência dos povos, muito mais do que a tolerância. Ela nasce para unir culturas, instrumentos e pessoas, garantindo uma diversidade de repertório cultural rica e significativa nos palcos. Um processo que parece simples, no entanto, se faz complexo e diverso.
A Orquestra Mundana Refugi atualmente é reconhecida pela ONU (Organização das Nações Unidas) como referência de integração. Cada instrumento, voz e canção são representantes de uma cultura e juntos, compondo uma só linguagem – a da música. E nos faz acreditar que, mesmo com todas as diferenças, existe um lugar onde somos iguais: na harmonia da música.
COMO ESTÃO AS APRESENTAÇÕES DURANTE A PANDEMIA?
Os integrantes estão realizando lives nas redes sociais da Orquestra Mundana Refugi. Neste sábado, dia 22 de maio, vai ao ar o espetáculo online “Orquestra Mundana REFUGI”, um novo modelo de concerto estabelecido como proposta alternativa à realização de show ao vivo em tempos de pandemia.
A gravação aconteceu no dia 11 de abril na Fundação Ema Klabin, em São Paulo (SP), com o apoio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa de São Paulo, por meio do ProAC Expresso LAB, lei Aldir Blanc. Acompanhem em: youtube.com/orquestramunandarefugi
Confiamos em extraordinários como o Maestro Carlinhos Antunes. Confiamos no poder de realização da humanidade!
*RETRATO SOCIAL idealizado pela empreendedora social Regina Moraes, realiza curadoria, produção e comunicação de causas sociais e histórias potentes de pessoas extraordinárias que transformam a realidade onde vivem. A ideia é sair da vitimização e trazer protagonismo, deslocando-se dos problemas para as soluções de questões sociais. Ao conectar pessoas e comunidades a causas e projetos sociais, cria-se a esperança de um mundo possível e melhor. Saiba mais no Instagram @RetratoSocial ou no Youtube Retrato Social.