Para quem não sabe, varizes são veias dilatadas e tortuosas que acabam ficando visíveis sob a pele. Geralmente surgem na região das pernas e dos pés, a condição ocorre quando as válvulas das veias – que são responsáveis por fazer o sangue circular corretamente – enfraquecem ou deixam de atuar como deveriam. Com isso, o sangue se acumula, criando, muitas vezes, a conhecida aparência esverdeada ou arroxeada na região afetada.
Segundo a Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV), aproximadamente 38% da população brasileira sofre com algum grau de varizes. A condição afeta 70% das mulheres, contra 40% de casos em pacientes homens.
Conforme a doutora Letícia Costa, cirurgiã vascular, a doença é hereditária – ou seja, passada de mãe para filha por via genética – e não deve, de forma alguma, ser subestimada. Até o momento, a Organização Mundial da Saúde considera varizes uma doença crônica.
“Varizes são uma doença crônica, que sem tratamento evolui para estágios mais avançados e pode complicar, com alterações de pele, flebite, trombose, varicorragia e até mesmo formação de úlcera. Então é fundamental o tratamento e quanto mais cedo, melhor”, pontua a médica.
Os 5 mitos e verdades que fazem diferença
A pedido de Ana Maria Digital, a cirurgiã vascular Letícia Costa elencou os 5 mitos e verdades mais discutidos em consultório que ressaltam a importância dos cuidados com a saúde.
– Varizes incomodam e causam dor
Depende. A doença venosa pode causar sintomas como dor ou cansaço, inchaço, queimação, coceira e até cãibras. Mas não existe uma relação direta entre o estágio da doença e os sintomas, ou seja, há quem tem vasinhos e já sente dores, enquanto algumas pessoas em estágio avançado com varizes calibrosas podem não sentir, apesar de não ser tão comum assim. Vai de pessoa para pessoa.
– O problema de varizes é hereditário
Sim. É uma doença hereditária, mas com outros fatores de risco associados. Não tem como prevenir as varizes 100% por causa da genética, mas há como minimizar e retardar a progressão em partes.
– Existe uma idade para que os vasinhos apareçam
Não. A doença venosa é mais prevalente nos idosos, mas pode acometer qualquer idade. E isso vai depender da herança genética dessa pessoa assim como a presença de fatores de risco. Quanto mais fatores de risco, maior a chance de desenvolver as varizes. E eles incluem: sobrepeso, sedentarismo, longos períodos na mesma posição, sexo feminino, idade avançada e uso de hormônios.
– Tem como prevenir o aparecimento das varizes
Não existe uma prevenção total por ser doença hereditária, mas com exercícios físicos, controle do peso, uso de meia de compressão, controle dos hormônios e mantendo-se ativa ao longo do dia é possível ter um controle maior da doença.
– Cirurgia de varizes é complexa e exige muita recuperação
Não necessariamente. Hoje cerca de 85% dos casos podem ser tratados com técnicas minimamente invasivas feitas em consultório médico. Para microvarizes usamos muito a associação do laser transdérmico com a Escleroterapia, que dá resultados mais rápidos e duradouros. No caso da safena, o padrão ouro é a termoablação da veia com radiofrequência ou Endolaser, procedimento que pode ser feito com anestesia local. A maioria dessas técnicas não exigem repouso e em pouquíssimo tempo a paciente já pode voltar as suas atividades habituais.