Rejuvenescimento íntimo: você sabe o que é? O tema, que por anos esteve cercado de silêncio e constrangimento, hoje ganha espaço nas conversas e nos consultórios. De acordo com a ginecologista e mastologista Dra. Fernanda Torras, o termo abrange uma série de tratamentos capazes de melhorar função, conforto e aparência da região íntima, especialmente quando o corpo passa por mudanças hormonais, perda de colágeno ou variações de peso. “A saúde íntima faz parte da saúde integral. Não é frescura, e não tem a ver com agradar alguém. É sobre a mulher se sentir bem no próprio corpo”.
A ginecologia regenerativa utiliza tecnologias modernas, como laser e bioestimuladores, para estimular o colágeno natural, melhorar a hidratação, recuperar elasticidade e tratar queixas cada vez mais comuns. “A partir dos 30 anos já existe queda de colágeno no corpo inteiro e isso afeta também a vulva e a vagina. Esse quadro pode ocasionar ressecamento, dor na relação, diminuição da sensibilidade, frouxidão, flacidez dos grandes lábios, infecções recorrentes e até escapes urinários”.
Com exclusividade para Ana Maria, a doutora elencou 5 mitos e verdades sobre o tema tão polêmico e necessário atualmente. Um deles, levantados pela maioria das pacientes é de que os desconfortos com relação à região íntima só ocorrem durante a menopausa. “Devido ao estresse e vida corrida e tantas cobranças que nós mulheres sofremos, muitos problemas começam bem antes dos quarenta e podem ser sanados com o acompanhamento correto”, pontua a médica.
Do laser à cirurgia: técnicas melhoram qualidade de vida
Outro erro citado pela especialista diz respeito a procedimentos complexos: isso é um mito. Um dos tratamentos mais procurados é o laser íntimo, um procedimento não cirúrgico, rápido e com tempo de recuperação mínimo. “Esse tipo de protocolo é indicado para mulheres no climatério e na menopausa, no pós-parto, após bariátrica, depois de quimioterapia ou para quem sofre com ressecamento e dor”, detalha Fernanda. Geralmente são três sessões, com intervalo mensal, e o resultado envolve melhora funcional e maior conforto no dia a dia e na relação sexual.
Entre as cirurgias íntimas, a ninfoplastia é uma das mais conhecidas, e não se restringe à estética, constituindo nosso terceiro mito sobre a saúde vaginal. “Esse tipo de cirurgia é realizado tanto em jovens que têm predisposição a excesso de pele quanto em mulheres que passaram por mudanças hormonais, gravidez ou grandes oscilações de peso. O momento certo para começar a cuidar é quando a mulher sente algum desconforto e deseja recuperar bem-estar, função e autoestima”.
O tratamento é para ela e não tem a ver com o parceiro

Um dos apontamentos errôneos que mais incomoda a médica é o que afirma que os tratamentos existem “para o parceiro”. “O objetivo é sempre a saúde da mulher como um todo e não se trata somente do lado visual, muito pelo contrário. É claro que, quando desconfortos, dor ou ressecamento desaparecem, muitas mulheres relatam melhora da libido, da autoconfiança e até do convívio familiar e isso impacta diretamente no relacionamento como um bônus”, declara.
Por último e não menos importante, um dos piores mitos com relação à saúde íntima se refere ao prazer feminino, que depende de uma série de fatores. De acordo com a ginecologista que tem certificação internacional da The Menopause Society, é preciso olhar o todo. “A libido não depende só dos hormônios, ela está ligada à autoestima, à percepção do próprio corpo e ao conforto na relação. Quando a mulher cuida da própria saúde hormonal, muitas vezes o parceiro também precisa olhar para a dele, já que a andropausa pode trazer queda de desejo e cansaço, influenciando a dinâmica do casal. Além disso, é preciso diálogo, cumplicidade e entrosamento para que não se coloque somente nos tratamentos o peso de uma vida sexual e amorosa leve e prazerosa. Assim, todos ganham, ou seja, de nada adianta a mulher buscar tratamento e estar em dia com a saúde se o homem não fizer o mesmo”, finaliza.







